Neste segundo volume da coletânea de livros eletrônicos (e-books) de Saúde Coletiva, intitulada “Contribuições da Saúde Coletiva para as Redes de Atenção”, os 18 capítulos da obra abordam temáticas relacionadas à Saúde do Idoso, à questão da violência, à cobertura vacinal, aos desdobramentos relacionados a COVID-19 e a importância de termos um sistema de vigilância bem articulado com o Sistema Único de Saúde. Aqui, assim como no volume anterior, a obra possui inserção regional, com a maioria dos capítulos abordando questões de saúde coletiva relativas ao estado do Paraná, local de inserção do PPGSC. Os textos aqui presentes foram construídos coletivamente para compartilhar resultados de estudos e pesquisas do campo da Saúde Coletiva voltadas às redes de saúde e à alguns dos dilemas importantes do SUS. O PPGSC da UFPR é um dos mais novos programas de pós-graduação da instituição, tendo iniciado a primeira turma de mestrado em 2015. Esta iniciativa congrega textos de egressos(as), mestrandos(as), docentes, estudantes de outros cursos, e trabalhadores(as) da rede, pesquisadores e pesquisadoras de outros grupos de pesquisa e outras instituições parceiras, que atuam no campo da Saúde Coletiva. O processo de construção deste e-book lançou mão de edital público em que foram recebidos mais de 40 capítulos, que foram inicialmente avaliados pela equipe organizadora quanto ao teor, conteúdo, qualidade da escrita e aderência à área. Os capítulos foram revisados por pareceristas externos à Comissão, com expertise nas temáticas dos respectivos capítulos. Na primeira parte do livro reunimos trabalhos que tentam discutir problemas oriundos da Pandemia de COVID 19. O capitulo SÍNDROME PÓS-COVID-19: ANÁLISE DAS DEMANDAS DE SAÚDE E DO ACESSO AOS PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO, por exemplo, investiga o estado de saúde autocorrelata de usuários adultos recuperados da covid-19 e também o acesso destes apos sua internação hospitalar. No artigo AUTOPERCEPÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE E CAPACIDADE FUNCIONAL NO PÓS COVID-19, os pesquisadores investigaram a capacidade funcional de usuários recuperados da COVID-19 atendidos ambulatorialmente em um hospital público. Outros trabalhas analisaram questões do período da pandemia em si. Já o capitulo CONTINUITY OF CARE IN PATIENTS WITH SYSTEMIC ARTERIAL HYPERTENSION AND TYPE 2 DIABETES MELLITUS IN PRIMARY HEALTH CARE IN THE MUNICIPALITY OF PINHAIS DURING THE COVID-19 PANDEMIC demonstra como a pandemia piorou o seguimento de usuários que acompanhavam seus problemas crônicos de saúde na atenção primária. Ao mesmo tempo o texto SUBNOTIFICAÇÃO DE ÓBITOS POR COVID-19: A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO DE DADOS problematiza como a baixa qualificação dos dados afetou significativamente o perfil de mortalidade, destacando a necessidade de aprimorar o preenchimento das informações para fortalecer a vigilância em saúde. Na segunda parte do livro, destacamos os textos que versam sobre a importância de um sistema de notificação e uma vigilância em saúde bem investida. O capítulo EVOLUÇÃO DA VIGILÂNCIA SENTINELA DA SÍNDROME GRIPAL (SG) E SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG) NO ESTADO DO PARANÁ E A QUALIDADE DAS NOTIFICAÇÕES DA SRAG NO SIVEP-GRIPE EM 2019-2020 revelou a importância da vigilância de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e descreveu o histórico de implantação da vigilância sentinela para esta síndrome. O texto SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE NOTIFICADA AO SIVEP-GRIPE ENTRE 2018 E 2021 NO ESTADO DO PARANÁ também vai na mesma direção, ao descrever o perfil da vigilância da síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Paraná, no período de 2018 a 2021. Um sistema de vigilância forte auxilia na construção de políticas publicas também para problemas como o aumento do suicídio. O texto SUICÍDIO NO PARANÁ: ANÁLISE DAS OCORRÊNCIAS POR REGIONAL DE SAÚDE (2018-2022) ao analisar as lesões autoprovocadas nas 22 Regionais de Saúde do Paraná, utilizando dados do Ministério da Saúde e do IBGE vão na direção antes citada. Outro exemplo aparece no artigo APLICABILIDADE DE ESTATÍSTICA ESPACIAL NO ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE ARBOVIROSES NO BRASIL – UMA REVISÃO NARRATIVA onde fica bem explicito que a vigilância pode-se utilizar de ferramentas epidemiológicas e de mineração de dados para se fortalecer. Por fim, no texto PERFIL DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE VACINAÇÃO NAS CAPITAIS BRASILEIRAS E PARTICIPAÇÃO NAS COBERTURAS VACINAIS, 2018 A 2020: UM ESTUDO DESCRITIVO demonstra que mesmo os serviços privados podem se beneficiar do SUS e de sua robusta vigilância. Na seção seguinte, dois capítulos se debruçaram sobre a saúde do idoso. Em FUNCIONALIDADE E RISCO AMBIENTAL DE QUEDAS EM IDOSOS ATENDIDOS PELA FISIOTERAPIA NO SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR, os pesquisadores demonstram que os idosos necessitam de auxílio para uso do telefone, medicações e viagens com elevado risco ambiental de quedas domiciliares sendo o problema mais comum o relacionado à qualidade do piso. Já o capítulo PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DE FRAGILIDADE EM PESSOAS IDOSAS RESIDENTES EM UMA REGIÃO DE SAÚDE DO PARANÁ identificou alto percentual de pessoas idosas de acordo com baixa classificação clínico funcional. Na seção direcionada para as violências, o texto ESTRATÉGIAS DE PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA PARA MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA POR PARCEIRO ÍNTIMO NO BRASIL destacou a importância da escuta qualificada, redes intersetoriais, apoio da comunidade e uso de tecnologias na criação de planos de segurança eficazes para estas mulheres. Já o capítulo VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E SEUS INSTRUMENTOS DE AFERIÇÃO pontua de forma didática as modalidades de violência contra a mulher e os instrumentos que foram validados para o português brasileiro e que podem ser utilizados pela população no nosso país para aprofundar o entendimento do fenômeno. E por fim, o artigo TRANSFOBIA: RETRATOS DA VIOLÊNCIA SOBRE A ÓTICA DE PESSOAS TRANS EM ACOMPANHAMENTO EM UM SERVIÇO REFERÊNCIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE aborda a vulnerabilidade e a violência enfrentadas pelas pessoas trans devido à sua identidade de gênero. O estudo destaca os desafios desse grupo e reflete sobre as potencialidades de um serviço de saúde pública especializado que respeite a identidade de gênero. Na última seção, temos três artigos que abordam três questões comuns no cuidado das pessoas com problemas crônicos de saúde. No primeiro texto MELHORA DO CONTROLE GLICÊMICO DE USUÁRIOS COM DIABETES TIPO 2 APÓS CONSULTAS FARMACÊUTICAS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE CURITIBA, PARANÁ, os pesquisadores investigaram a contribuição das consultas farmacêuticas para o alcance de metas de controle glicêmico de usuários com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) de uma unidade básica de saúde. Já no capítulo EPIDEMIOLOGIA DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E A CONSTRUÇÃO DE FOLDER PARA PROMOÇÃO DE SAÚDE COM ÊNFASE NA SAZONALIDADE visou analisar a influência da sazonalidade na taxa de mortalidade por Infarto agudo do miocárdio. E por fim, o texto PERCEPÇÕES RECÍPROCAS DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA E ESPECIALIZADA EM SAÚDE DO PARANÁ NA PERSPECTIVA DO MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS analisou as percepções recíprocas dos profissionais da Atenção Primária à Saúde e Atenção Ambulatorial Especializada, na perspectiva do Modelo de Atenção às Condições Crônicas. As organizadoras e o organizador desta obra gostariam de expressar publicamente seu agradecimento ao Programa de Apoio à Pós-Graduação (PROAP) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) que viabilizou financeiramente esta produção. Acreditamos em uma ciência financiada pelo Estado, assim como um sistema público de saúde 100% universal e gratuito e uma educação pública de qualidade. E assim, para ampliar o acesso à obra, também disponibilizamos este livro eletrônico gratuitamente para nossos leitores e nossas leitoras. Desejamos uma excelente leitura!