SÍNDROME PÓS-COVID-19: ANÁLISE DAS DEMANDAS DE SAÚDE E DO ACESSO AOS PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO

A Síndrome pós-covid-19, também chamada de covid longa, é descrita como o conjunto de sinais e sintomas que permanecem após a infecção aguda pelo SARS-CoV-2, comprometendo o estado físico-funcional do indivíduo (OMS, 2022). As modificações fisiológicas referidas por mais de 80% dos sobreviventes pós-covid, resultam nas limitações funcionais meses após o início dos sintomas iniciais, sendo que vários fatores podem influenciar o declínio da capacidade funcional do paciente após a infecção aguda (FROTA et al., 2021; BALDUINO DA SILVA et al., 2023). Um período de hospitalização prolongado ou de inatividade física também estão relacionados a diminuição da capacidade funcional junto das sequelas multissistêmicas, principalmente os relacionados aos sistemas cardiorrespiratório e musculoesquelético (BORZATTO et al., 2022). Embora a mobilização precoce seja recomendada aos pacientes graves ainda durante a fase hospitalar, durante a fase inicial da reabilitação o paciente apresenta rápida queda de saturação aos mínimos e moderados esforços, limitando o avanço das intervenções. Nestes casos, a continuidade da reabilitação no ambiente extra-hospitalar é fundamental para minimizar as sequelas e promover qualidade de vida e funcionalidade ao paciente recuperado da covid-19 (SANTANA et al., 2021). O encaminhamento precoce e a reabilitação com equipe multidisciplinar são indicados para os casos de persistência dos sintomas pós covid-19 também pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a qual elaborou o “Manejo clínico do Covid-19: Diretrizes da Vida” com uma série de orientações para a Reabilitação de adultos com condição pós-covid-19 (OMS, 2022).