AUTOPERCEPÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE E CAPACIDADE FUNCIONAL NO PÓS COVID-19



AUTOPERCEPÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE E CAPACIDADE FUNCIONAL NO PÓS COVID-19
Paula Chomem
Andreane Daniele Barbosa de Lira
Heloísa Bobato
Alexandra Ignes Bruni Tulio
Regina Helena Senff Gomes
Arlete Ana Motter

20/02/2025
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O início da pandemia da COVID-19, em março de 2020, marcou um momento crítico na história da saúde global, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou oficialmente o surto como uma pandemia. A rápida disseminação do coronavírus levou diversos países a declararem estados de emergência pública, implementando medidas rigorosas para conter a propagação do vírus. Essas ações visavam proteger a saúde da população, mas também trouxeram desafios significativos, incluindo impactos econômicos e sociais profundos (Shereen et al., 2020; WHO, 2020; De Facio et al., 2023; GUZZO et al., 2022). Nesse sentido, a saúde coletiva ganhou destaque evidenciando a importância da atuação integrada entre instituições, profissionais de saúde e a sociedade. Além disso, a pandemia trouxe à tona desigualdades sociais e evidenciou como o acesso a serviços de saúde, a habitação adequada, a segurança alimentar e condições de trabalho se mostraram determinantes na resposta da comunidade à crise. Em agosto de 2023, as estatísticas brasileiras acumularam mais de 705 mil óbitos e o número de brasileiros recuperados da infecção ultrapassava os trinta e sete milhões (Painel Coronavírus, 2023), tornando indispensável o conhecimento acerca do processo saúde-doença e a investigação do perfil clínico e funcional desta população para delimitação das demandas e adequação dos programas de saúde. Passada a fase aguda da infecção pelo novo coronavírus, foi observada a persistência de um conjunto de sinais e sintomas em uma parte dos sobreviventes, que podem durar semanas ou meses, caracterizando, assim, a síndrome pós-COVID-19 (Carfì et al., 2020; Sykes, et al., 2021; Cutler, 2022). Após a infecção viral, respostas inflamatórias periféricas e centrais podem ser desencadeadas, ocasionando alterações musculoesqueléticas, funcionais, cognitivas e psicossociais duradouras (De Facio et al., 2023; Shanbehzadeh et al., 2021). Estudos apontam que dentre as manifestações clínicas tardias mais comuns estão a fadiga, cefaleia, distúrbio de atenção, dispneia, disfunção cognitiva e perda de cabelo. Sendo que, o início e duração dos sintomas difere entre as apresentações e vários fatores podem influenciar o declínio da capacidade funcional do paciente (Lopez-Leon et al., 2021; Fernández-De-Las-Peñas et al., 2021; Rodriguez-Morales et al., 2023). A capacidade funcional está relacionada ao estado de saúde da pessoa, pois mensura o nível de independência para a execução de suas atividades básicas de vida diária.
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CONTRIBUIÇÕES DA SAÚDE COLETIVA PARA AS REDES DE ATENÇÃO - VOLUME 2
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