MELHORA DO CONTROLE GLICÊMICO DE USUÁRIOS COM DIABETES TIPO 2 APÓS CONSULTAS FARMACÊUTICAS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE CURITIBA, PARANÁ

A diabetes mellitus é um grupo de doenças complexas e progressivas, de etiologia multifatorial caracterizadas por uma hiperglicemia sustentada relacionada a defeitos na produção, secreção e/ou ação da insulina. A diabetes é constantemente associada a complicações cardiológicas, neurológicas, renais e vasculares e constituem um importante problema de saúde pública que afeta 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos mundialmente, e 15,7 milhões só no Brasil. A forma mais prevalente da diabetes mellitus é o tipo 2 (DM2), que responde por 90% do total de casos (Schmidt et al., 2011; IDF, 2021). Segundo dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), a prevalência de diabetes autorreferida na população brasileira acima de 18 anos subiu de 6,79%, em 2019, para 8,63% em 2021 e 9,8% em 2023 (Brasil, 2023). A tendência de aumento nesses valores tem se mantido para a diabetes em todas as faixas etárias em países em desenvolvimento e acompanha o aumento na prevalência de outras doenças crônicas não transmissíveis (Brasil, 2020). Contribuem com este aumento o envelhecimento populacional, o desenvolvimento econômico, a crescente urbanização, o sedentarismo e o maior consumo de alimentos ultraprocessados e a obesidade (IDF, 2021). Existe ainda uma forte influência da vulnerabilidade social na prevenção e no controle da diabetes e das condições que contribuem para a progressão da doença (Campbell-Scherer, 2023).