SUBNOTIFICAÇÃO DE ÓBITOS POR COVID-19: A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO DE DADOS

Em dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi notificada sobre vários casos de pneumonia de origem desconhecida na cidade de Wuhan, China (Ministério da Saúde, 2021). Em fevereiro de 2020, a OMS identificou o agente etiológico: o vírus SARS-CoV-2, que pertence à família dos coronavírus. A covid-19, termo que vinculou o novo coronavírus ao ano em que a doença foi identificada pela primeira vez, espalhou-se rapidamente pelo mundo desde seu surgimento e foi declarada uma pandemia pela OMS em março de 2020 (World Health Organizatio, 2020). A doença pode variar de sintomas leves a graves e, em casos extremos, pode levar à pneumonia grave, insuficiência respiratória e à morte, especialmente em grupos vulneráveis, como idosos e indivíduos com condições médicas pré-existentes (Strabelli e Uip, 2020). Frente a este cenário pandêmico, a vigilância epidemiológica de casos e as estatísticas de mortalidade possuíram grande valor para a administração sanitária, demográfica e epidemiológica (Lana et al., 2020). Além das notificações, os dados da declaração de óbito (DO) foram essenciais para os gestores conhecerem a evolução da pandemia, pois forneciam informações sobre quem, quando e onde estavam ocorrendo os óbitos, bem como fatores de risco e patologias associadas. Contudo, a utilidade das DO depende da qualidade do seu preenchimento e da oportunidade de investigação precoce, tarefa essa que nem sempre é fácil e, muitas vezes, as causas informadas no atestado não correspondem à real causa da morte, sendo importante conhecer o papel da investigação e qualificação das DO na definição do perfil real da mortalidade por covid-19.