PENSANDO A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, TÉCNICA E TECNOLÓGICA

Code: 320-479
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Título

PENSANDO A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, TÉCNICA E TECNOLÓGICA

ISBN

978-65-5360-305-9

DOI
  • DOI
  • 10.37885/978-65-5360-305-9
    Publicado em

    10/05/2023

    PáginasCapítulosVolumeEdição

    348

    12

    1

    1

    Organizador(a):
    • Wesley Pacheco Calixto

      Wesley Pacheco Calixto

    • Marcio Rodrigues da Cunha Reis

      Marcio Rodrigues da Cunha Reis

    • Brunna Carolinne Rocha Silva Furriel

      Furriel, Brunna Carolinne Rocha Silva

    • João Henrique Corrêa Cardoso

      Cardoso, João Henrique Corrêa

    • Rodrigo de Oliveira Soares

      Rodrigo de Oliveira Soares

    Apresentação

    Situar os textos que compõem o presente livro, em grande medida, implica refazer a trajetória de formulação e implementação do curso de Especialização em Docência na Educação Profissional Técnica e Tecnológica no campus Senador Canedo do Instituto Federal de Goiás. Trajetória que atravessou não apenas a ossatura institucional deste campus, mas que tocou na carne das práticas e políticas educadoras nele desenvolvidas. Por isso, peço a licença poética da primeira pessoa – e não só poética, mas também a permissão para me fazer ouvir como testemunha viva de capítulos não escritos de uma história sem a qual nenhum dos capítulos publicados neste livro viriam a existir. No ano de 2015, ingresso na Rede Federal com o prospecto de trabalhar num campus em processo de implantação. Ou melhor, para não dizer um burocrático prospecto: chego ao campus Senador Canedo com o desejo de ajudar a implantar um campus. Com o sonho de construir, desde o começo, um espaço educador significativo. Em Senador Canedo, a palavra sonho não remete somente às utopias que moveram positivamente a presença do IFG, mas também, por viés indireto e negativo, à imagem então corrente de que esta é uma cidade-dormitório reduzida a orbitar em torno de Goiânia. Nessa imagem, Senador Canedo despertaria de dia e de noite cairia no sono – porém sem sonhar, como se num periódico estado de coma, já que, no senso comum, essa cidade seria um território sem dinâmicas sociais de interesse para além da relação instrumental com a capital goiana. Na melhor das hipóteses, seríamos levados a levar em conta o potencial econômico industrial da cidade para adotar políticas institucionais realistas no cumprimento de nossa missão no município. Como músico, pesquisador e docente da área de Arte, pareceu-me ilógico supor que intensos movimentos migratórios de famílias das regiões Norte e Nordeste para Senador Canedo, sem contar a realização do que, provavelmente, é o evento mais antigo de cultura hip-hop do Estado de Goiás, o festival Lado Leste Contra o Crime, deixariam a vida canedense dormir, sem sonhos, o sono derradeiro dos justos. Ao chegar para trabalhar, logo pensei: Essa cidade não morre à sombra de Goiânia, Senador Canedo não está morta por dentro! Revoltei-me contra a imagem de uma urbe-zumbi que não sonha, pois quem não devaneia, deseja, recusa ser apenas um instrumento útil para se afirmar como ente vivo e pulsante, já está passou dessa pra... pior! Como e por que educar onde a cultura e as sociabilidades não têm mais batimentos cardíacos?: eis a pergunta que latejou em mim naquele momento. Sei que, e aprendi também no IFG, que não se faz política pública, muito menos educacional, apenas com utopias. Mas sem sonhos, sem acolher os sonhos que se sonham juntos, em plena luz do dia inclusive, uma política educacional nasce e se perpetua de modo perverso e insuficiente. Sem ter o objetivo de criticar o trabalho profissional daqueles que precederam e forneceram bases para a criação do campus Senador Canedo, gostaria de recuperar a história daqueles que, como eu – pois não sonhei sozinho neste campus – insistiram em lembrar, por diversos caminhos, que não se implementa um campus que não pensa, isto é, sonha a si mesmo. A dialética do diurno e do noturno, do sonho e da racionalidade científica, tornada icônica no projeto filosófico de Gaston Bachelard, se fez presente desde o primeiro instante de minha trajetória no IFG – Senador Canedo. Ela é que permitiu o olhar responsável, contestador e propositivo sem o qual, a despeito de percepções e informações iniciais em contrário, jamais teríamos feito o diagnóstico acertado de que a oferta formativa na área de Educação não era apenas uma demanda real do município de Senador Canedo, e sim um sonho realista para o perfil de atuação do IFG. Os textos que se encontram neste livro são os primeiros frutos da tensão inevitável dos polos que movem o trabalho educador, materializados no curso em questão. Eles representam, acima de tudo, que a Educação Profissional, como política educacional e de nação, deve acolher e dar condições de formar profissionais não-licenciados para a dimensão educativa de sua atuação técnica. Ou, ao contrário, formar educadores para a compreensão da educação tecnológica. Essa via de mão dupla resulta nos textos que os leitores têm agora em mãos. Resulta, igualmente, na contínua provocação do status quo de projetos educacionais muitas vezes efetuados sem o vigor dos que, em conjunto, ousam sonhar acordados. Prof. Thiago Cazarim1, Dr. (Cefet-MG)

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    12 Capítulos

    Capítulo 1
    Capítulo 2
    Capítulo 3
    Capítulo 4
    Capítulo 5
    Capítulo 6
    Capítulo 7
    Capítulo 9
    Capítulo 10
    Capítulo 11
    Capítulo 12