CAMELÓDROMOS: CONSIDERAÇÕES SOBRE A TIPOLOGIA ARQUITETÔNICA

O comércio surgiu nas ruas através das feiras e bazares, porém, com o passar dos séculos, para atender as demandas sociais, surgiram os edifícios para abrigar diferentes tipologias comerciais. Até mesmo o comércio popular, que abrange certas relações intrínsecas com as ruas, passou a ser direcionado para dentro de edificações conhecidas como camelódromos. Objetivo: identificar as principais características tipológicas e espaciais de camelódromos construídos em algumas capitais brasileiras, contribuindo para a discussão dessa tipologia arquitetônica. Métodos: através da revisão de literatura, foram selecionadas três capitais brasileiras que construíram camelódromos entre 1990 e 2015; em seguida, procedeu-se uma análise comparativa, abrangendo as características de concepção, premissas arquitetônicas e sua infraestrutura em geral. Resultados: O camelódromo surgiu no Brasil na década de 1980 na tentativa de as cidades solucionarem os conflitos urbanos e de [re]organizarem seus centros. Foram analisados os camelódromos de Belo Horizonte (Shopping Oiapoque), Cuiabá (Shopping Popular) e Porto Alegre (POP Center), que foram importantes exemplos de tentativa de ordenamento do comércio popular nas cidades. Conclusão: A tipologia comercial apresenta características próximas às dos shopping centers, na medida em que vão assumindo uma estrutura de grande escala, abrigando não apenas a atividade dos comerciantes populares, mas também prestação de serviços, agências bancárias, praças de alimentação, grandes estacionamentos e equipamentos como elevadores e escadas rolantes, antes encontrados apenas em edifícios comerciais especializados em produtos mais sofisticados voltados às classes econômicas média e alta.