VANTAGEM DE CUSTO DE TRANSAÇÃO NA CRIAÇÃO DE CAPITAL SOCIAL EM EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA ABORDAGEM RELACIONAL

Uma construtora é capaz de alcançar benefícios econômicos e sociais por meio da integração de seus fornecedores. Afinal, essa integração, se bem-sucedida, tem o potencial não apenas de incrementar o capital social da construtora (benevolência fabricada nas relações sociais), mas também de reduzir seus custos de transação. Este estudo objetiva modelar as relações entre integração do fornecedor, capital social e vantagem de custo de transação em empresas de construção civil. Aplica conjuntamente as teorias do capital social e do custo de transação para hipotetizar que a integração de fornecedor leva a um incremento do capital social e a uma vantagem de custo de transação e que o incremento do capital social resulta, também, em vantagem de custo de transação. Uma survey disponibilizou aos participantes um questionário eletrônico auto-administrado, sendo as respostas registradas em nuvem. Um total de 111 empresas retornaram ao apelo da pesquisa. A modelagem de equações estruturais baseada em mínimos quadrados parciais, do acrônimo em inglês: PLS-SEM, foi usada para estimar as relações hipotetizadas. Os resultados indicam que as construtoras, ao investirem em integração do fornecedor, são capazes de impactar de forma positiva seu capital social. O incremento do capital social também reflete positivamente na vantagem de custo de transação, inclusive mediando o efeito da integração do fornecedor na vantagem de custo de transação. Os benefícios da integração do fornecedor não são realizados senão por intermédio do desenvolvimento do capital social. Quanto mais ampla, intesa e diversifica a integração do fornecedor, maior a acumulação de capital social e, por consequência, menor será o custo de transação. Assim, ao invés de gastar consideráveis recursos para proteger-se contra os riscos da troca, uma construtora pode economizar nos custos de transação, certificando-se da eficácia da acumulação do capital social. O modelo desenvolvido é indicado para construtoras de qualquer porte, idade de fundação e que tenham ou não firmado contrato formal com seus fornecedores, inclusive independentemente do tempo de relacionamento mantido com eles.