PLANTAS MEDICINAIS E INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: À LUZ DO ESTUDO ETNOBOTÂNICO NA COMUNIDADE QUILOMBOLA SANTO ANTÔNIO DOS PRETOS EM CODÓ, MARANHÃO

A utilização de plantas medicinais é uma prática comum nas sociedades, tanto nas regiões mais pobres do país quanto nas grandes cidades brasileiras, sendo que o conhecimento tradicional sobre o uso de diversas plantas é vasto e vem sendo transmitido desde as antigas civilizações. Objetivou-se com este estudo realizar um levantamento etnobotânico das plantas medicinais mais utilizadas por agricultores da comunidade quilombola Santo Antônio dos Pretos, localizada no município de Codó, MA afim de conhecer as técnicas empregadas no preparo dessas plantas com fins terapêuticos. Foi realizado um levantamento das plantas medicinais cultivadas e utilizadas por moradores da comunidade por meio de visitas in lócus e aplicação de questionários semiestruturados para 40 moradores no período de agosto a outubro de 2018. Os resultados mostraram que 87% dos entrevistados cultivam plantas medicinais e 93% fazem uso delas para cura de enfermidades, sendo bastante utilizada para cura de doenças virais. Com relação a frequência do uso de plantas medicinais aproximadamente 38% fazem uso semanalmente. Quando questionados sobre o conhecimento do uso de plantas medicinais 90% dos entrevistados afirmaram que adquiriram de parentes. Foram identificadas 30 espécies botânicas, sendo o boldo (Plectranthus barbatus Andrews), a erva cidreira (Melissa officinalis), o capim-limão (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf) e o mastruz (Chenopodium ambrosioides L.) as mais relatadas pela comunidade devido suas indicações terapêuticas.