VOZ, CANTO E OBRA DE ARTE: POR UMA TEOLOGIA DA ARTE

A visão ontológica da obra de arte, pensada a partir de Michael Haar (2007), nos instigou a rever as estéticas de cada tempo e olhar para o fazer artístico no ambiente religioso, tornando inevitável a discussão sobre a Teologia da Arte. Usaremos fundamentos de Calvani (2010), Monteiro (2012), Duque (2011), Pereira (2011) e Tillich (2009) para construir esse pensamento a respeito da arte manifesta na Teologia. Quando o exercício de alteridade, exposto nas diferentes perspectivas da Teologia da Arte, se apresenta, buscamos, como objetivo, propor um entendimento da voz expressada em canto por meio de músicas e obras de arte sonoras. Com isso, vemos o enunciar do intangível na concretude das percepções humanas, nas quais, afirmamos, reside a chave do reconhecimento de um ser social, histórico, afetivo, espiritual e, portanto, religioso. Nesse sentido, nossa discussão versa sobre o argumento de que um coral pode ser elemento sensibilizador da consciência de valores e, assim, coadjuvante na promoção da salvaguarda do patrimônio religioso imaterial. A multidisciplinaridade do fazer coral apresenta-se como mote provocador de novas reflexões sobre o estado dessa arte no ambiente religioso.