USO(S) CONCESSIVO(S) DO ITEM MESMO EM PRÁTICAS TEXTUAIS JURÍDICAS

Objetivo: Este artigo tem como objetivo descrever e analisar o uso do item linguístico mesmo na expressão do sentido de concessão em uma amostra sincrônica escrita formada por dados coletados de Caderno Administrativo do Diário da Justiça Eletrônico, do Poder Judiciário do Estado da Bahia, com base nos estudos de gramaticalização a partir da visão funcionalista da língua. Métodos: Apoiamo-nos nos pressupostos teóricos de Hopper e Traugott (2003a [1993], 2003b [1993]) e Bybee (2015) e apresentamos um breve exame sobre a ampliação de funcionalidades de mesmo, considerando seu percurso de item menos gramatical para item mais gramatical, e analisamos seu comportamento no domínio de práticas textuais jurídicas através de aspectos morfossintáticos e aspectos discursivo-pragmáticos. Resultados: A partir da análise de nossa amostra foi possível encontrar uma frequência regular de uso do item mesmo a encabeçar a estruturação da ideia de concessão, em diferentes construções de caráter mais gramatical. Conclusão: Entendemos que o domínio comunicativo das práticas textuais jurídicas tem corroborado para a rotinização do uso do item mesmo na funcionalidade de expressar o sentido de concessão, em virtude da natureza argumentativa do referido domínio, de forma a contribuir para a propagação de funcionalidades mais gramaticais do item mesmo no português brasileiro.