SUPLEMENTAÇÃO DE LISINA E USO DE FARELO DE ALGODÃO: ALTERNATIVAS AO FARELO DE SOJA EM DIETAS PARA AVES DE CRESCIMENTO LENTO

A produção de aves de crescimento lento tem se destacado em função da crescente demanda por alimentos associados ao bem-estar animal, peculiaridade sensorial e sustentabilidade. Essas aves apresentam menor taxa de crescimento e eficiência alimentar quando comparadas a linhagens comerciais. O farelo de soja ainda é considerado o principal ingrediente proteico das dietas avícolas, devido à sua alta digestibilidade e composição balanceada de aminoácidos. Entretanto, seu elevado custo e a competição com outros subprodutos da soja têm incentivado a busca por alternativas regionais, como o farelo de algodão. Apesar do elevado teor proteico, o farelo de algodão apresenta limitações relacionadas à presença de gossipol, ao alto teor de fibra, a baixa digestibilidade, e, especialmente pela deficiência de lisina. Estudos apontam que a inclusão do farelo de algodão pode ser viável em até 30% da dieta, desde que sejam utilizadas estratégias de processamento, suplementação enzimática ou fermentação para reduzir fatores antinutricionais. Nesse contexto, a suplementação com lisina é essencial, pois este é um dos aminoácidos limitantes em dietas à base de milho e farelo de soja. A lisina desempenha funções na síntese proteica, no crescimento e no desenvolvimento muscular. Portanto, a associação entre farelo de algodão e suplementação de lisina é uma alternativa nutricional viável para reduzir a dependência do farelo de soja, contribuindo para maior sustentabilidade econômica e ambiental na avicultura de crescimento lento.