SIMBIOSE NA FAMÍLIA LUCINIDAE: POTENCIAL E IMPLICAÇÕES PARA À BIOTECNOLOGIA E BIODIVERSIDADE DE ANIMAIS INVERTEBRADOS E SUAS INTERAÇÕES COM MICRORGANISMOS

Este trabalho abordou aspectos anatômicos, fisiológicos e simbióticos dos moluscos bivalves da família Lucinidae. Discutiu-se a estrutura e função das brânquias do manto e do septo, cruciais para a troca gasosa. Em seguida, explorou-se a simbiose altamente especializada entre os Lucinidae e bactérias quimiossintéticas, destacando a importância dessa relação para a adaptação destes moluscos a habitats marinhos desafiadores. Abordou-se também o processo de quimiossíntese realizado pelas bactérias simbiontes e as características morfológicas adaptativas dos Lucinidae, incluindo modificações nas brânquias e no pé para maximizar a eficiência na obtenção de nutrientes Os lucinídeos representam o grupo mais diversificado de moluscos quimiossimbióticos, o que os torna um táxon com grande potencial para utilizados em estudos acerca das interações complexas entre invertebrados e microrganismos, e suas implicações na resposta imune destes animais. Por fim, destaca-se que pesquisas sobre o crosstalk entre hospedeiro e endossimbionte têm implicações importantes em várias áreas, incluindo biologia evolutiva, ecologia molecular e biotecnologia. Ao compreendermos como os hospedeiros e seus simbiontes se comunicam e interagem, podemos lançar luz para novas aplicações nestas áreas, bem como na produção animal, no controle de doenças e no manejo ecológico e sanitário de organismos aquáticos, em particular, invertebrados.