RESÍDUO DO PROCESSAMENTO DE LARANJA: UM DESCARTE QUE GERA POSSIBILIDADES

Objetivo: Caracterização físico-química da farinha desenvolvida a partir dos resíduos sólidos gerados com o processamento industrial de laranja. Métodos: Os resíduos de laranja foram secos em diferentes condições de tempo e temperatura para obtenção de farinha do resíduo de laranja (FRL). O melhor binômio foi selecionado e o produto final foi caracterizado quanto ao teor de umidade e lipídios, pH, acidez titulável e compostos bioativos. Resultados: A secagem ideal do resíduo de laranja foi obtida em 38 h a 65 °C, garantindo teor de umidade abaixo de 15%. A FRL apresentou 5,16% de umidade, 1,47% de lipídios, pH 4,66, acidez de 4,92 g/mL ác.cítrico e 1,13 °Brix e apresentou coloração clara, pouco saturada. Foram identificados compostos bioativos, como naringina (205,5 mg/100g) e hesperidina (1293,8 mg/100g) e sugestivo para ácidos fenólicos; o ácido ascórbico não foi detectado. Conclusão: A farinha obtida do resíduo do processamento industrial da laranja atendeu aos padrões de umidade da ANVISA, apresentando também pH e acidez adequados. O perfil de compostos bioativos, especialmente a presença de flavonoides como naringina e hesperidina, reforça seu valor funcional, apesar da perda de ácido ascórbico durante o tratamento térmico. Essas características tornam a FRL uma matéria-prima promissora para aplicações em diferentes setores, como o alimentício e de novos materiais, como embalagens. Este trabalho contribui para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ao incentivar a valorização de resíduos agroindustriais e práticas associadas à economia circular.