RELATO DE EXPERIÊNCIA: VIVÊNCIA AGROECOLÓGICA, AGROFLORESTA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR, NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA MINGUITO, RIO FORMOSO-PE

Os Sistemas Agroflorestais (SAF’s) são modelos de produção agropecuária que muito contribui para a sustentabilidade dos agroecossistemas em especial da Agricultura Familiar de Base Ecológica. Para que modelos agrícolas possam ser assim classificados esses devem seguir a definição dos SAF’s, no qual é necessário o uso de plantas arbóreas, arbustivas e herbáceas, consorciadas com espécies agrícolas e forrageiras e também em alguns casos com criação animal. Esses sistemas se tornam alternativas interessantes para pequenos agricultores que buscam obter uma produção economicamente viável e intensiva, utilizando-se de uma diversidade de plantas de vários extratos, numa mesma área, para atingirem o resultado esperado. O SAF foi o cerne principal do nosso trabalho, a partir de conhecimentos adquiridos sobre agrofloresta, agroecologia e políticas públicas para agricultura familiar, em várias formações e reuniões, tanto no Centro Agroecológico Sabiá quanto no IFPE- Campus Barreiros. Dessa forma, este relato de experiência buscou analisar desde a implantação, condução e o acompanhamento dos resultados decorrentes de um SAF, além de relatar a vivência de outras políticas públicas subsidiárias para a agricultura familiar no município de Rio Formoso-PE. O SAF em estudo, foi implantado no Assentamento Minguito em um contexto de política pública para a Agricultura Familiar, através de organizações que lutam por uma política de ATER – Asssistência Técnica e Extensão Rural e de Agroecologia para uma mudança na matriz produtiva na região, como o Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá. Esta entidade executa no território da mata Sul de Pernambuco uma ATER de transição Agroecológica, apoiada principalmente na implantação de SAF’s e na participação das mulheres. No Assentamento Minguito foram implantadas três experiências de SAF’s, das três duas são de mulheres, onde uma é de uma jovem. Apesar de todo empenho dos atores envolvidos na implantação e consolidação desse SAF, infelizmente uma prática nociva á agricultura e ao meio ambiente que são as queimadas e que podem ser ocasionadas por processos desencadeados com ou sem o auxílio da atividade humana, devido a razões naturais ou por motivos econômicos ligados a atividades agropecuárias, dizimou o SAF em questão. Mas, apesar desse desastre, ficou enraizado na comunidade todo processo de aprendizagem agroecológica, alternativas de modelo de produção sustentável, segurança alimentar, o acesso as políticas públicas e a busca de novas fontes de renda, em especial para as mulheres agricultoras envolvidas.