PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL DE USO SIDERÚRGICO A PARTIR DE RESÍDUOS DA EXPLORAÇÃO FLORESTAL

O principal objetivo do trabalho foi avaliar o rendimento e a qualidade do carvão vegetal direcionado a indústria siderúrgica, testando diferentes grupos de resíduos do manejo florestal sustentável, organizados segundo a densidade básica da madeira (G1 ≥ 750 kg.m-3 e G2 < 750 kg.m-3) no processo de carbonização. Foram utilizados 20 fornos de alvenaria, sendo dez fornos para cada grupo de madeiras, dos quais cinco tiveram o processo de carbonização em dez dias e cinco em doze dias. Após a carbonização, foram retiradas amostras de carvão produzido para estudo de rendimento gravimétrico e de propriedades físicas, mecânicas, químicas e energéticas. Os principais resultados foram: o rendimento gravimétrico variou de 19,81 a 24,38%; a densidade a granel, variou de 265,33 a 266,73 kg.m-3; a densidade aparente foi de 0,38 a 0,72 g.cm-3; o poder calorífico superior foi de 7,071 a 7,378 kcal.kg-1; o teor de materiais voláteis variou de 22,31 a 26,51%; cinzas de 0,52 a 2,91%; o carbono fixo de 70,75 a 76,64%; e a friabilidade de 12,11 a 19,51%. A maior concentração de carbono elementar foi para o carvão vegetal produzido com madeira de alta densidade, 80,28%. A menor contração de hidrogênio foi para o carvão vegetal produzido com madeira de alta densidade, 4,36%. A análise térmica apresentou comportamento semelhante para todos os carvões produzidos. Constatou-se que a densidade básica da madeira é o principal fator que influencia no rendimento e nas propriedades do carvão. Através da análise das propriedades, foi possível identificar que o grupo de madeiras de alta densidade (G1) produziu o carvão com maior número de características qualitativas positivas. Tratando-se de resíduo do manejo florestal, todos grupos de madeiras estudadas podem ser considerados para a produção de carvão vegetal, sendo a carbonização, um sistema alternativo para mitigar o passivo ambiental causado pelos resíduos da atividade florestal.