PRESENÇA DE PESTICIDAS ORGANOCLORADOS NO LEITE MATERNO: EFEITOS À SAÚDE HUMANA

A amamentação é a principal forma de nutrição infantil, sendo o leite materno essencial para o crescimento e desenvolvimento do bebê. No entanto, o leite materno pode ser um veículo para a transferência de poluentes orgânicos persistentes (POPs), como pesticidas organoclorados (OCPs), que representam riscos significativos à saúde humana e ao meio ambiente devido à sua alta persistência e capacidade de bioacumulação. Estes compostos são armazenados no tecido adiposo e podem ser transferidos para o feto e para o lactente, durante a gravidez e amamentação, respectivamente. A exposição a esses pesticidas tem sido associada a efeitos adversos, incluindo supressão imunológica, distúrbios endócrinos e danos genotóxicos, especialmente em crianças em fase de desenvolvimento. Embora o uso de OCPs tenha sido restrito em muitos países, sua persistência no ambiente e sua presença na cadeia alimentar continuam a representar riscos à saúde. Este estudo discute a presença de pesticidas organoclorados no leite materno, suas vias de exposição e os potenciais efeitos à saúde humana, com foco nas implicações para o desenvolvimento fetal e neonatal. O uso de pesticidas organoclorados na agricultura, embora eficaz no controle de pragas, contribui para a contaminação ambiental e alimentar, resultando na bioacumulação desses compostos. A regulamentação e o monitoramento contínuo do uso de pesticidas são essenciais para proteger a saúde pública e garantir a segurança dos lactentes e das mães, promovendo práticas agrícolas sustentáveis como alternativa para a redução da exposição a esses contaminantes.