O TRAÇO IRÔNICO DO LIRISMO DE BORGES EM O ALEPH, E A IRONIA EXISTENCIAL DE QUIROGA EM A GALINHA DEGOLADA
O TRAÇO IRÔNICO DO LIRISMO DE BORGES EM O ALEPH, E A IRONIA EXISTENCIAL DE QUIROGA EM A GALINHA DEGOLADA
Danilo Luiz Carlos Micali
29/02/2024
299-314
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O conto O Aleph (1949), de Jorge Luis Borges, revela-se uma narrativa realistaentremeada de estrofes líricas, cujo enredo contém um elemento fantástico, pois admite a existência de uma pequena esfera refletora: o aleph – objeto que reflete como espelho tudo o que existe no universo. Como fenômeno de existência duvidosa no mundo diegético, a aparição do aleph – o “microcosmo dos alquimistas e cabalistas”, como diz o narrador-autor –contém em si algo de irônico, considerando que a ambiguidade é um atributo da ironia. Istoenquadra essa narrativa no realismo fantástico, gênero também praticado por outros autores latino-americanos, a exemplo de Horácio Quiroga no conto A galinha degolada (1917), em que a ironia existencial transforma a vida de uma jovem família numa sucessão de tragédias.O destino prega uma peça no casal protagonista ao presenteá-los com quatro filhos que, sucessivamente, se tornam idiotas após completarem dezoito meses de vida. No seu breve e incrível relato, o narrador-autor questiona profunda e cruamente a realidade: o quê, nesse real, seria de fato verdadeiro ou possível? Esta análise dos dois contos supracitados, à luz do realismo fantástico (ou mágico) da literatura, focaliza o caráter lírico e/ou irônico da ficcionalidade de cada autor.
Ler mais...ironia, realismo fantástico, O Aleph, A galinha degolada
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