O RECONHECIMENTO DA IMPORTÂNCIA DO LUGAR DE FALA POR ALUNOS DE PEDAGOGIA NA DISCIPLINA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

A proposta é fruto de uma experiência empírica em turmas de Pedagogia, em unidade privada da periferia do Rio de Janeiro. Sob a perspectiva do “lugar de fala”, esta análise aborda o aprendizado construído no instante em que se dá a ministração do conteúdo “História da Educação no Brasil”. O enfoque da proposição parte da premissa do “instante já” clariceano (Água Viva, 1973) cujos afetos, memórias e escutas se perfazem como sensibilidades forjadas para gerarem ressignificações e produzirem reminiscências, a despeito da cor da pele ou da classe social. Pretende-se, assim, observar a formação da consciência identitária - por alteridade - e de que forma a recepção deste reconhecimento do “lugar”, pode contribuir para a ressignificação de uma didática futura, nas pedagogas em formação quando no exercício do magistério, ou na maturação de crianças e adolescentes (à partir do contexto de desigualdade e de precarização do ensino público que, frequentemente, os afastam da consciência de si mesmos). Sob o viés negro de um povo mestiço - mesmo diante da imposição midiática de uma cultura predominantementebranca, imposta não somente por entranhas culturais familiares, mas por uma sustentação estrutural coletiva encarnada por uma nação historicamente preta que se deseja branca – se observará a importância do conhecimento das origens como forças ancestrais, formadoras da identidade e do “lugar de fala” do povobrasileiro.