O QUARTO PODER E OS NEGROS PECADOS DA IMPRENSA

A teoria jornalística de Eça de Queiroz rompeu a barreira secular e está mais atual do que nunca. “O Quarto Poder”, enquanto narrativa cinematográfica é um personagem poderoso, o próprio Fausto, ou o Príncipe de Maquiavel já que os fins justificam a audiência. O texto de Eça de Queiroz aborda os negros pecados que matam uma sociedade: os juízos ligeiros, bem negros, são cometidos sem investigação. O outro pecado, mais negro que o primeiro, é a vaidade. O terceiro pecado, negríssimo, é a intolerância. Na época dele, quem os cometia era o jornal, hoje é a mídia. Enquanto “OQuarto Poder” é um discurso apodítico, o discurso eciano, quanto aos negros pecados, é argumentativo, apodítico e atual como o filme em questão. A condição de produção permite atualização midiática, moral e ética, traduzidas em linguagens diferentes, podendo ser vista através da Análise do Discurso.