O MOVIMENTO ANABATISTA, UMA REFORMA RADICAL

A Reforma Protestante, que foi um divisor de águas no século XVI, a princípio não tinha como objetivo dividir a Igreja cristã hegemônica da época. Contudo, houve uma rachadura dentro da igreja, e mudanças radicais na sociedade. Embora o termo reformado comumente fique restrito a movimentos ligados ao luteranismo, calvinismo e anglicanismo, houve um movimento reformador radical no século XVI, os Anabatistas. O objetivo deste ensaio é apresentar o movimento Anabatista como um movimento da Reforma, tal como a Reforma Luterana, Zwingliana, Calvinista e Anglicana. Alguns historiadores defendem que os anabatistas já representavam diversos grupos dissidentes pré-reforma, que condenavam os abusos eclesiásticos e davam ênfase às Escrituras Sagradas. O movimento reformador anabatista, também chamado de Reforma Radical, é considerado por alguns a ala esquerda da Reforma Protestante. Pois eles não acatavam as normas estabelecidas pelos reformadores tradicionais, tão pouco dos católicos romanos. Nenhum grupo no período da Reforma foi tão perseguido quanto os anabatistas. Perseguição e martírio eram consequências para os que defendiam tais convicções religiosas. O legado anabatista é um legado de democracia, igualitarismo, ideais, convicções e fé. De homens e mulheres fortes, que enfrentaram algozes sem titubear na sombra da incerteza, mas convictos de seus princípios arraigados na razão e emoção. A Reforma Anabatista surge de ideais legítimos, embora alguns tenham distorcido esses ideais, daí a origem de grupos cismáticos. Ainda assim, a Reforma Radical selou a história com nomes nobres e fortes, marcando uma era um tanto sombria e de incertezas, mas erguendo o estandarte de uma fé