LODOS DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E DE TRATAMENTO DE ESGOTO COMO MATÉRIA-PRIMA PARA A PRODUÇÃO DE TIJOLOS

Neste trabalho são discutidos dados de um relatório da Petrobrás sobre a viabilidade técnica da incorporação dos lodos de uma ETA e uma ETE em massa argilosa para a produção de tijolos, no que se refere à resistência à compressão, presença de substâncias químicas nocivas e toxicidade biológica. A inovação dessa pesquisa é o reaproveitamento dos dois lodos do saneamento básico, cuja destinação é dificultada devido às suas características químicas ou biológicas, para a produção de tijolos. A discussão desses dados é importante, já que um número expressivo de pesquisas utiliza somente um desses tipos de lodos para a produção de materiais cerâmicos. As análises de resistência à compreensão foram realizadas por um laboratório da Universidade de São Paulo; as análises químicas, pelo Centro de Qualidade Analítica e as de toxidade pelo Bioagri, todos laboratórios externos, conforme solicitações da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB. Entre os principais resultados, destacam-se: o aumento da resistência à compressão; a presença de algumas substâncias químicas que impediriam a destinação desses tijolos diretamente ao solo; e ainda, a praticamente inexistência de toxicidade biológica dos tijolos. Considera-se que a incorporação dos lodos da ETA e da ETE pesquisadas em massa argilosa para a produção de tijolos é uma alternativa viável, dos pontos de vista ambiental e tecnológico, além do fato de que esse tipo de produto está inserido no conceito de Economia Circular, podendo trazer, portanto, grandes benefícios no âmbito da gestão ambiental.