LABIRINTOS DA POLÍTICA PATRIMONIAL NO OESTE METROPOLITANO FLUMINENSE: O PAPEL DOS AGENTES PÚBLICOS LOCAIS NA RESOLUÇÃO DO IMPASSE PRESERVAÇÃO X DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

O objetivo deste texto é esclarecer a missão, estratégias, ferramentas de ação e a postura política e cultural das organizações e agentes públicos dos setores cultural e do turismo, situados no contexto geo-histórico da Fazenda de Santa Cruz (1567-1938). Esse empreendimento rural deixou um legado valioso (sítios arqueológicos, manifestações culturais, templos religiosos, casarões e casarios, ruínas) que, devido à localização precária e à desvalorização pelo Poder público e os moradores locais, encontram-se estagnados ou prestes a serem suprimidos. Os agentes públicos municipais cumprem (ou deveriam cumprir) um papel crucial para estancar a atual destruição do patrimônio, e ser um agente que mobiliza e articula iniciativas e políticas para colocar o patrimônio e os setores que o potencializam (artes, turismo, moda, design, gastronomia, ciência) na agenda de desenvolvimento local e no imaginário da sociedade local. A política pública é um elemento chave nesse processo, sem a qual os gestores pouco ou nada teriam a acrescentar para reverter o quadro atual de estagnação econômica e de periferização social da área em estudo. O turismo entra nesse cenário com a dupla tarefa de diversificar a atividade econômica local e revitalizar a imagem dos municípios para torná-los atraentes, competitivos, fiáveis e viáveis para enfrentar os problemas internos e os novos imperativos da economia de mercado e do planejamento público estratégico.