IMPACTOS NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA TRIAGEM PARA MACONHA/COCAÍNA EM GESTANTES: RELATO DE EXPERIÊNCIA

A partir do século XX, o uso de drogas ilícitas aumentou em todo o mundo, sendo utilizadas também pela população feminina, incluindo as gestantes. A gestação em mulheres com dependência química é considerada de alto risco, devido à menor adesão ao pré-natal, risco de malformações e problemas obstétricos. O relato de uso dessas substâncias acaba sendo ocultado, dificultando a avaliação do bebê. As substâncias psicoativas são transferidas ao bebê através do leite materno (LM). Portanto, faz-se necessário a detecção precoce do uso de substâncias psicoativas em parturientes a fim de proteger o bebê nas primeiras horas de vida. Objetivo: relatar a experiência da inserção de testes rápidos para detecção do uso de maconha (THC), cocaína (COC) e seus derivados em gestantes e a repercussão na primeira hora de vida do bebê. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência a partir da prática de testes rápidos THC e COC realizada no Centro Obstétrico de um hospital escola de Porto Alegre. Resultados: Em março de 2021 iniciou no centro obstétrico a realização de testes rápidos de urina para todas as gestantes que internam em trabalho de parto. Com a realização do teste rápido observou-se aumento no número de usuárias de substâncias psicoativas. Quando o resultado é positivo para uma ou ambas as drogas, a paciente é comunicada sobre a contra indicação à amamentação desde a primeira hora de vida do bebê. O recém-nascido recebe fórmula láctea e a mãe é orientada a não fazer mais uso dessas substâncias e manter-se abstinente, podendo estabelecer o aleitamento materno em 24 horas. A amamentação será contra indicada em casos de dependência grave de adição. Conclusão: com a realização dos testes rápidos foi possível proteger precocemente os recém-nascidos das substâncias psicoativas, prevenindo possíveis transtornos neurológicos causados pela ingestão através do LM.