HOTSPOTS DE PRODUÇÃO DE BIO-QUEROSENE PARA OS PRINCIPAIS AEROPORTOS DO BRASIL SOB A ÓTICA DE DEMANDA DE PASSAGEIROS-QUILÔMETRO PAGOS

Neste estudo é proposta e aplicada uma metodologia para identificação de possíveis oportunidades de produção de bio-querosene no país para atender demandas em aeroportos que estejam distantes de refinarias produtoras do combustível ou portos de importação, chamadas de hotspots. Com base em dados disponíveis na Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), elaborou-se um ranking de principais aeroportos do Brasil, adotando o ano base de 2018, sob a ótica da demanda de serviço de passageiro-quilômetros pagos (RPK), e aproximam-se esses valores para consumo de querosene de aviação. Para produção da bio-querosene, são avaliadas duas rotas – Alcohol to Jet (ATJ), processando cana de açúcar, milho ou trigo, e Hydroprocessed Esters and Fatty Acids (HEFA), processando óleo de soja. Identificam-se dois principais hotspots, hipotéticas biorefinarias próximas aos aeroportos internacionais de Brasília e Fortaleza, que utilizariam baixos percentuais do potencial energético do estado para o cultivo de milho, menores que 1%, para produzir bio-QAV de forma a compor, junto com a querosene fóssil, em proporção certificada de 50%, um combustível condizente com ambições para mitigação climática no setor.