GESTÃO PÓS-CONSUMO E IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DE EMBALAGENS VAZIAS DE PRODUTOS AGROTÓXICOS COMERCIALIZADOS NO BRASIL



GESTÃO PÓS-CONSUMO E IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DE EMBALAGENS VAZIAS DE PRODUTOS AGROTÓXICOS COMERCIALIZADOS NO BRASIL
Thiago José Da Silva Silva
Letícia Cunha Da Hungria
Adriely Coelho De Assunção
Yan Nunes Dias
Ana Regina Da Rocha Araújo

31/03/2023
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O consumo de agrotóxicos no setor agropecuário brasileiro contribuiu fortemente nos últimos anos para o aumento do volume de resíduos sólidos, especialmente, as embalagens utilizadas para comercialização dessas substâncias. Essas embalagens, quando descartadas de forma inadequada, criam um elevado índice de poluição ambiental e risco a saúde humana, em função do alto grau de durabilidade no ambiente associado à natureza tóxica desses materiais. No Brasil, a conduta legal para o pós-consumo dessas embalagens inclui o processo de Logística Reversa (LR), que viabiliza o recolhimento desses resíduos que são destinados à incineração ou a reciclagem. Neste contexto, os objetivos do estudo foram analisar a evolução de comercialização de agrotóxicos e do volume de embalagens vazias dos agrotóxicos (EVAs) recolhidas e com destinação adequada no Brasil, entre 2011 e 2020. Para isso, foram utilizados dados secundários obtidos em boletins do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e relatórios de sustentabilidade do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). Os resultados mostram que, no Brasil, em 2020, foram comercializados mais de 686 mil t de ingredientes ativos de agrotóxicos, salto de 62,6% em relação ao total vendido no ano de 2011. O inpEV processou, nesse intervalo, um retorno total de 429 mil t de EVAs, em que 92% foi destinado à reciclagem e 8% a incineração. Portanto, o mercado de agrotóxicos no Brasil, nos anos avaliados, injetou quantidades consideráveis de resíduos de embalagens no ambiente e uma grande parcela ainda não está inserido em ações de manejo correto desses materiais, tornando-se de caráter urgente à ampliação do sistema de LR brasileiro, para que se tenha maior número de postos e centrais de recebimento das embalagens em locais com menor infraestrutura logística, melhor orientação dos produtores quanto ao armazenamento e devolução de EVAs, e o fortalecimento do comportamento social no cumprimento da responsabilidade compartilhada na gestão desses resíduos.
Ler mais...Defensivos agrícolas, Resíduos sólidos, Logística reversa, Incineração, Meio ambiente.
ECONOMIA ECOLÓGICA, TERRITÓRIO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: PERSPECTIVAS E DESAFIOS - VOLUME 2
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