ESTRATÉGIAS NO USO DE BACTÉRIAS BENÉFICAS AUTÓCTONES NA AQUICULTURA

A aquicultura é o setor de produção de alimentos de procedência aquática que mais cresce no mundo, de tal modo, que fornece atualmente 49% de todo o pescado consumido globalmente contudo, práticas inadequadas de manejo das espécies aquícolas ocasionam o surgimento e disseminação de doenças por agentes patogênicos. A prevenção e o controle dessas enfermidades são frequentemente realizados por antibióticos, em que o uso indiscriminado pode selecionar genes de resistência microbiana, além de acarretar efeitos antagônicos aos organismos cultivados, ao meio ambiente e aos consumidores. Como alternativa segura a essa problemática, o uso de microrganismos benéficos em dietas funcionais, como os probióticos, possibilita a ação biorremediadora e/ou de biocontrole para as espécies cultivadas. Os probióticos são introduzidos no trato gastrointestinal por meio da água ou dos alimentos fornecidos aos organismos cultivados e apresentam um amplo espectro de ação antimicrobiana contra bactérias Gram-positivas e negativas com elevada ocorrência patogênica na aquicultura, como os, Bacillus, Enterococcus, Lactococcus, Lactobacillus, Micrococcus, Leuconostoc, Vagococcus, Aerococcus, Pediococcus, Aeromonas, Pseudomonas e Vibrio. Além disso, conferem vários benefícios na melhoria da nutrição animal, em que secretam enzimas específicas que contribuem para a eficácia na absorção dos nutrientes contidos na dieta, provocando melhor crescimento, imunidade, resistência a doenças, microbiota intestinal e qualidade de água. O presente estudo fornece informações sobre o uso de bactérias benéficas autóctones na aquicultura e sobre estratégias quanto a aplicação destas multiespécies probióticas e os seus mecanismos de ação em relação aos parâmetros de desempenho zootécnico, sanitário e de qualidade de água na aquicultura.