ESCUTA DICÓTICA, PROCESSAMENTO TEMPORAL E COGNIÇÃO EM IDOSOS USUÁRIOS DE PRÓTESE AUDITIVA



ESCUTA DICÓTICA, PROCESSAMENTO TEMPORAL E COGNIÇÃO EM IDOSOS USUÁRIOS DE PRÓTESE AUDITIVA
Sandra Nunes Alves Viacelli
Aline Bovolini
Maria Inês Dornelles da Costa-ferreira
Liliane Desgualdo Pereira

06/01/2021
135-151
12
Objetivo: O objetivo deste trabalho foi verificar o processamento temporal e a escuta dicótica, correlacionando-os com aspectos cognitivos em idosos usuários de prótese auditiva. Métodos: Foram selecionados dados da audiometria tonal, tipo de prótese auditiva selecionada e dos testes Dicótico de Dígitos e de Padrão de Frequência obtidos por 31 idosos na faixa etária entre 60 e 90 anos, atendidos em um serviço de média complexidade. Resultados: Os idosos mostraram bom reconhecimento de fala com melhora evidente pelo uso de prótese auditiva. A maioria apresentou perda auditiva do tipo neurossensorial, de grau leve a moderado, de configuração descendente, protetizados com aparelhos auditivos retroauriculares bilateralmente. Foram observadas diferenças entre as covariáveis (sexo, cognição e depressão) em relação ao teste dicótico de dígitos. Correlações estatisticamente significantes entre os testes auditivos e algumas variáveis foram obtidas, mostrando que: quanto maior a idade, menor os acertos por orelha no teste dicótico; quanto maior a dificuldade em copiar figuras geométricas, menor o número de identificações corretas na tarefa de ordenação temporal; quanto maior a dificuldade do idoso em se orientar no tempo, menor o desempenho no teste dicótico de dígitos e de processamento temporal/ordenação; quanto mais erros no reconhecimento de palavras, menor o número de acertos na identificação de serie de sons; quanto mais erros na tarefa de recordação menos acertos na tarefa de reconhecimento de palavras para a orelha direita em escuta dicótica; quanto maior a dificuldade na qualidade de fala, ou seja, dificuldades em encontrar palavras na fala espontânea e em compreensão de linguagem, menor os acertos em ordenação temporal; quanto maior a dificuldade na fala espontânea e em se fazer entender maior o numero de erros na ordenação; quanto maior a dificuldade de compreensão maior o numero de erros do tipo alternado na tarefa de ordenação; e, quanto maior o comprometimento cognitivo pior a habilidade de ordenação temporal de padrão de frequências de sons em série. Os idosos com falhas na tarefa de processamento auditivo temporal também tiveram falhas na tarefa de escuta dicótica. Conclusões: A escuta dicótica e a ordenação de idosos se assemelharam na análise do gênero, acertos por orelha e presença ou não do aspecto cognitivo alterado. Houve correlação entre escuta dicótica, ordenação temporal, idade e aspectos cognitivos. Quanto maior a dificuldade em se orientar no tempo, pior o desempenho no teste dicótico de dígitos. Ainda, quanto pior a qualidade de fala, a dificuldade em encontrar as palavras na fala espontânea e a dificuldade em reconhecimento e compreensão de linguagem, pior o desempenho em ordenação temporal auditiva.
Ler mais...Perda auditiva; Auxiliares de audição; Perda auditiva central; Envelhecimento; Reabilitação.
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