ENVELHECIMENTO, IMUNOSSENESCÊNCIA E EXERCÍCIO FÍSICO: UMA REVISÃO NARRATIVA

O processo de envelhecimento envolve mecanismos moleculares e celulares conectados a distintos sistemas orgânicos, com o aumento do risco de desenvolver diversas doenças e declínio da capacidade intrínseca do indivíduo. No decorrer desse processo, mecanismos concernentes à imunidade podem ser remodelados devido a interações com o ambiente e o estilo de vida. Assim, o objetivo desta revisão narrativa é abordar os efeitos do exercício físico no processo do envelhecimento e da imunossenescência. Nesse sentido, a prática habitual de exercícios acaba por promover a regulação dos mecanismos imunes, sendo capaz de retardar a senescência imunológica, alterando positivamente vários mecanismos inflamatórios, viabilizando a redução da inflamação sistêmica, gerando melhoria das enfermidades metabólicas associadas ao envelhecimento. As principais células da resposta imune inata envolvidas são células dendríticas, Natural Killer, neutrófilos e macrófagos, as quais passam a apresentar capacidades reduzidas de quimiotaxia, apresentação antigênica, estimulação linfocitária, citotoxicidade e fagocitose. Observou-se que exercícios moderados de longo prazo melhoram a biogênese, a homeostase mitocondrial, e controlam a produção de Espécies Reativas de Oxigênio no músculo. Quanto aos moderados de curta duração, há potencial anti-inflamatório e melhora do metabolismo. Exercícios aeróbicos de intensidade moderada e vigorosa, são capazes de remodelar uma diversidade de células supracitadas, citocinas e imunoglobulinas, resistidos e são terapêuticos a idosos diagnosticados com sarcopenia. Com relação aos exercícios agudos, apesar do efeito transitório, exercem efeito cumulativo, melhorando a imunovigilância frente a patógenos, células cancerígenas e diminuição da inflamação sistêmica.