DISPUTA E PODER DOS EVANGÉLICOS BRASILEIROS EM TORNO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA

O presente texto procura abordar, de maneira panorâmica, as relações dos evangélicos com os meios de comunicação no Brasil. A perspectiva adotada privilegia os percursos do segmento evangélico no universo midiático nacional desde o início do século XX, com o desenvolvimento da rádio, principalmente nos anos 50 e 60, e, posteriormente, a TV, nas décadas de 80 e 90, com o televangelismo. Ao longo desse itinerário, evidenciam-se criticamente as disputas sociais em torno da apropriação dos meios de comunicação, do acesso à fala e do poder que isso denota ao processo de expansão religiosa (financeira, política e da fé). O viés político é indissociável à leitura acerca do avanço evangélico sobre os mass media, uma vez que a política é intrínseca às relações de disputas e poder social. A importância temática em pauta justifica-se pelo fato de os evangélicos apresentarem uma dinâmica de grande visibilidade e de evidentes impactos na sociedade, na cultura e na política nacional, e os meios de massa se constituírem, em grande medida, em sustento de ampliação e fortalecimento do segmento nas últimas décadas. O debate travado é parte de escritos de pesquisas acadêmicas cuja metodologia incorpora a teoria das Ciências Sociais da Religião e a Ciência Política em seu corpo referencial: Freston (1993), Mariano (2014), Machado (2012), Cunha (2008; 2009), Thompson (1998; 2007), Aldé (2004), entre outras.