DISPONIBILIDADE DE FORRAGEM AO LONGO DO ANO E PRODUÇÃO ANIMAL NA CAATINGA

Cerca de 70% da vegetação da Caatinga é formada por plantas forrageiras que podem ser divididas em estratos: herbáceo, arbustivo e arbóreo. O potencial produtivo da Caatinga é cerca de 4,0 toneladas por hectare por ano, havendo uma grande variação na produção de forragem entre a época chuvosa e seca. Observa-se que há um paradoxo, pois na época chuvosa há produção de biomassa de boa qualidade pelo estrato arbóreo, mas não está disponível para os animais em pastejo. Já na época seca, as folhas do estrato arbóreo caem e ficam disponíveis para os animais (serrapilheira), mas de pouca qualidade, apresentando baixa proteína bruta e digestibilidade. O desempenho dos bovinos é modesto na época chuvosa (cerca de 300 a 400 g por bovino por dia) e há perda de peso na época seca. Porém, há estratégias para aumentar a disponibilidade de forragem e ganho de peso animal, uma delas é o raleamento, que consiste em diminuir a quantidade de plantas arbóreas para cerca de 200 a 400 árvores por hectare, permitindo que o estrato herbáceo domine a área. Outra estratégia, é o rebaixamento, que consiste em realizar o corte das plantas arbóreas, mas permitindo seu rebrote. Por fim, o raleamento seguido de enriquecimento do estrato herbáceo com gramíneas exóticas como o capim-buffel, Capim Gramão, Capim Corrente e Capim Andropogon, consiste na estratégia que permite criar até um bovino por hectare com ganho de peso satisfatório ao longo da época chuvosa e seca.