DIETAS DE BAIXA PROTEÍNA NA SUINOCULTURA: NUTRIÇÃO DE PRECISÃO, EFICIÊNCIA E DESAFIOS EMERGENTES

A alimentação responde pela maior parte dos impactos ambientais associados à produção de suínos, sendo a excreção de nitrogênio um dos principais desafios no contexto da sustentabilidade. Neste capítulo, abordam-se as dietas com baixa proteína bruta como estratégia nutricional eficaz para mitigar perdas nitrogenadas e emissões atmosféricas, sem comprometer o desempenho produtivo dos animais. São discutidos os princípios fisiológicos e nutricionais que fundamentam a redução do teor proteico das dietas, bem como os limites práticos para sua implementação em escala comercial. Evidências científicas demonstram que a formulação com baixos níveis de proteína, aliada à suplementação com aminoácidos industriais, pode promover simultaneamente ganhos em eficiência nutricional e reduções significativas nos impactos ambientais. No entanto, os efeitos variam conforme o perfil de aminoácidos utilizado, a acurácia da formulação e o sistema de produção adotado. A adoção dessa abordagem exige, portanto, uma visão sistêmica que integre exigências nutricionais, viabilidade econômica, disponibilidade de ingredientes e critérios ambientais. O texto também explora dados baseados em modelagens e Avaliação do Ciclo de Vida, que reforçam o potencial das dietas de baixa proteína na transição para uma suinocultura mais eficiente e ambientalmente responsável.