DEUS, JUSTIÇA E A LINGUAGEM DO AMOR ÉTICO EM EMMANUEL LÉVINAS E HERCULANO PIRES

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Título

DEUS, JUSTIÇA E A LINGUAGEM DO AMOR ÉTICO EM EMMANUEL LÉVINAS E HERCULANO PIRES

Autores:
  • Rogério Luis da Rocha Seixas

  • Edson Santos Pio Júnior

DOI
  • DOI
  • 10.37885/220709602
    Publicado em

    30/08/2022

    Páginas

    60-70

    Capítulo

    5

    Resumo

    Partindo da refutação comum ao tema da morte de Deus, que passou a imperar no século XX, objetivamos estabelecer um diálogo entre os filósofos Emmanuel Lévinas e Herculano Pires, destacando o modo como cada um trata a relação entre a linguagem do amor ético e da justiça, marcando uma alteridade mediada pela transcendência. Para Lévinas o sujeito é constituído pelo outro, embora algumas vezes o filósofo tenha em mente o outro infinito, ele também está certo de que essa infinidade só se faz conhecer pelo rosto de outra pessoa que carrega consigo uma exigência da transcendência. Pode-se dizer que o outro está ali, ele não sou eu e por essa razão se constitui uma alteridade. Pires percebe no amor ético ao próximo, a possibilidade para o encontro que marca a relação moral entre o eu e este próximo, pois a solidão do ser gera a busca do outro. Este amor é difuso e abstrato, concretizando-se na subjetividade humana, encontrando em cada ser os motivos de afinidade que nos fazem perdoar seus defeitos e amá-los. Ainda, segundo a análise piresniana, o amor ético ao próximo define a ação relacional do indivíduo com o outro e tem sua causa na profundeza das exigências ônticas, nas fontes do Ser. Este amor ético atinge o seu alvo principal que é a transcendência e nele se transfunde. Por sua vez, Lévinas abandona a concepção do amor formulada pela tradição da filosofia ocidental, isto é, o amor ao saber, transformando sua semântica para compreendê-lo como justiça, porque a face do outro súplica por ela e, portanto, a exige. O amor ético pelo outro se tece na afecção do rosto/corpo do outro, anterior ao estatuto da ontologia. Segundo Pires, somente com o estabelecimento do amor ético ao próximo, que liberta o homem da brutalidade, da arrogância e do egoísmo, poderemos estabelecer na Terra uma civilização de justiça. Lévinas acentua que é vital a responsabilidade para com a liberdade na relação com o outro, propondo a afirmação de que a liberdade seria impossível sem esta responsabilidade, e anularia a relação de alteridade pois destruiria as noções de justiça e de amor. Herculano também afirma que é essencial existirem as condições para a liberdade, pois para o filósofo brasileiro, sem as estruturas do seu próprio ser, do meio em que vive, da sociedade e da cultura a qual pertence, o homem não poderia fazer uso da liberdade de ser e fazer. Tais condições, defende o autor, são necessárias para que haja o sentido de responsabilidade e a possibilidade de justiça, assim como para a constituição da relação de amor ao próximo. Lévinas defende que o homem pode libertar-se da ilusão do controle total que o leva à egolatria e ao exercício da violência do poder do conhecimento, que degenera em manipulação e domínio entre seus iguais.

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    Palavras-chave

    Alteridade, Amor ético, Justiça, Liberdade, transcendência.

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