DEMOCRATIZAÇÃO DE ESPAÇOS DE PESQUISA CIENTÍFICA: REFLEXÕES SOBRE A RELEV NCIA DE INTERFACE ENTRE QUESTÕES DE GÊNEROS E CIÊNCIA

Objetivo: Esse ensaio designa-se como sequência de um estudo imersivo acerca de relações entre sociedade e Ciência. Inicialmente, a revisão bibliográfica fermenta uma fundamentação teórica que se propõe a traçar e trançar fatores sociais que influenciam o ambiente acadêmico e científico. Em um segundo plano, esse ensaio procura estabelecer medidas empíricas comparativas e avaliativas relativas à ocupação de funções e qualificação de docentes, homens e mulheres, nos Institutos de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IQ-UFRJ), Universidade Federal Fluminense (IQ-UFF) e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (IQ-UFRRJ). A estrutura social do sexismo desde a idade mais tenra, associada à sustentação do estereótipo de princesa, circunscreve a autoestima de mulheres em uma posição de constante julgamento e validação. Com isso, tem-se a natureza espelhada da Ciência, refletindo padrões sociais e comportamentais, tornando o meio científico, um local de conflito para mulheres e seu arsenal de vivências sociais. Vale enfatizar que os cargos ocupados por mulheres em áreas técnicas, especialmente em locais com presença predominantemente masculina, podem traduzir sucessivos processos de construção e reprodução de discriminação arraigadas no seio da sociedade. Métodos: A metodologia de pesquisa adotada consistiu em estudar o corpo docente dos Institutos de Química em relação ao gênero e cargos ocupados, para articular uma proposta de intervenção integrada e reduzir impactos causados pelos “Efeito Tesoura” e “Efeito Matilda”, por meio de ações multiplicadoras que viabilizem a promoção de avanço e/ou permanência de mulheres em ocupações técnicas e científicas. Resultados: O projeto “Rede Colaborativa de Ensino-Pesquisa-Extensão em Ciências entre Meninas e Mulheres de Instituições Públicas de Educação Básica e Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro”, conhecido como “Meninas em Rede”, busca promover a construção e desenvolvimento de uma rede colaborativa entre meninas e mulheres da esfera científica, partindo da troca transversal de saberes e valores individuais, dentro de uma perspectiva discente~docente~aprendente. Conclusão: Torna-se indispensável que a comunidade científica compreenda a importância do dialogar sobre questões de gêneros, e pensar, à vista da perspectiva discente~docente~aprendente, ações e estratégias que servirão de arcabouço para um espaço democrático na Ciência. O Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro apresenta equiparação de vagas ocupadas por docentes de ambos os gêneros.