CONSEQUÊNCIAS DOS MICROPLÁSTICOS PARA OS PEIXES MARINHOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Introdução: Animais aquáticos, e a cadeia alimentar dependente destes, sofrem a cada década com a influência humana no ecossistema marinho, de diferentes formas, como a introdução de plásticos provenientes de diferentes fontes, lançados próximos a estes espaços naturais tão importantes. Assim, compreender os impactos das partículas plásticas e a alteração da biota marinha é necessário para a proteção da biodiversidade. Objetivo: o objetivo deste estudo foi realizar um levantamento sobre artigos que citam as consequências dos microplásticos para os peixes marinhos. Métodos: Este estudo consiste em uma revisão de literatura. A plataforma utilizada para o levantamento bibliográfico foi a base de dados Web of Science/Coleção principal (Clarivate Analytics), do Portal Periódicos CAPES utilizando o conjunto das seguintes palavras-chave: Microplastics and food web e Microplastics and fish health. Os critérios utilizados para a seleção dos artigos foram (I) artigos publicados entre os anos de 1945 e 2021; (II) artigos publicados em inglês; (III) seleção somente de artigos científicos com pesquisa empírica; (IV) estudos realizados em ambientes aquáticos marinhos e; (V) artigos que citavam as consequências dos microplásticos para os peixes marinhos. A partir do levantamento bibliográfico foram analisados 537 artigos, dos quais 10 foram selecionados. Resultados: Foi constatado a partir deste estudo que o número de artigos que abordam as consequências da ingestão de microplásticos para os peixes marinhos ainda é limitado, considerando que de 537 artigos analisados, somente 10 citavam as consequências dos microplásticos para a saúde e o bem estar dos peixes marinhos. As consequências nos peixes marinhos causadas pelos microplásticos citadas nos artigos analisados foram obstrução intestinal, variação nas condições fisiológicas, nutricionais e biológicas, dano oxidativo em brânquias e músculos, neurotoxicidade por dano de peroxidação lipídica, aumento da atividade da acetilcolinesterase (AChE), disrupção endócrina, peso anormal (espécies acima ou abaixo do peso ideal), ameaça potencial em relação a adsorção de contaminantes associados (metais), além de estresse antropogênico. Conclusão: A partir dos resultados constatados nesta pesquisa, foi possível concluir que a quantidade de estudos que versam sobre a ingestão de microplásticos e as consequências decorrentes dessa ingestão para os peixes marinhos ainda são limitadas, apesar de estarem crescendo nos últimos anos. Assim, é necessário maior esforço para aumentar o número de publicações sobre a temática essencial não somente para o bem-estar dos peixes marinhos, mas também para a conservação da biodiversidade da ictiofauna e para a saúde humana.