CEGUEIRA BOTÂNICA: O OBSTÁCULO EPISTEMOLÓGICO E SUAS IMPLICAÇÕES NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Objetivo: O estudo tem como objetivo relacionar a proposta de obstáculos epistemológicos de Gaston Bachelard à análise crítica do fenômeno da "cegueira botânica", reformulada como "Disparidade de Consciência sobre Plantas" (PAD). A PAD é compreendida como a incapacidade de perceber e reconhecer a importância das plantas, com suas origens associadas percepções evolutivas e deficiências no processo educativo. Métodos: Este estudo empregou o método teórico-conceitual para analisar a PAD. Utilizando as contribuições da epistemologia bachelardiana, investigou-se as manifestações, origens, impactos da PAD na educação e no meio ambiente. A análise temática concentrou-se na identificação das definições da PAD, causas apontadas e suas consequências, à luz do referencial bachelardiano, na interpretação das evidências. Resultados: A análise revela uma tendencia em que o indivíduo prioriza a observação de animais em detrimento de uma percepção superficial das plantas. Diante disso a PAD exige estratégias pedagógicas ativas, contextuais e afetivas. Tais abordagens são cruciais para a superação de conceitos equivocadamente construídos, pois a PAD acarreta implicações ambientais na conscientização e conservação da flora. Conclusão: Depreende-se que a PAD é um obstáculo enraizado em aspectos perceptuais, cognitivos e culturais, amplificado por um ensino zoochauvinista. A abordagem aponta que a sua superação necessita uma mudança na forma de pensar e de perceber o mundo. As estratégias educativas devem promover a ruptura dos obstáculos epistemológicos, estimular uma conexão afetiva com as plantas e cultivar uma consciência botânica equilibrada em relação ao meio ambiente.