BIOMARCADORES DE ESTRESSE OXIDATIVO EM FÊMEAS OVADAS DO PEIXE AMAZÔNICO BRYCONOPS CAUDOMACULATUS DE UMA ÁREA DE MINERAÇÃO DE BAUXITA

O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da atividade de mineração de bauxita em fêmeas ovadas do peixe amazônico B. caudomaculatus através de biomarcadores de estresse oxidativo em brânquias, fígado e músculo. Os peixes foram coletados no período pós estiagem (novembro/2018) em três pontos, sendo um ponto no entorno da área de mineração, e dois pontos dentro da área de mineração: montante e jusante do rio. Os biomarcadores analisados foram a capacidade antioxidante total (ACAP), a atividade da Glutationa-S-transferase (GST) e a lipoperoxidação (LPO). A GST e ACAP aumentaram nas brânquias das fêmeas ovadas de B. caudomaculatus do ponto no entorno e diminuíram nos peixes dos pontos da mineração, sendo menor nos peixes da jusante. No fígado e no músculo ACAP e GST não apresentaram diferença entre os pontos. Os níveis de LPO foram maiores nas brânquias das fêmeas ovadas da mineração em relação às fêmeas ovadas do entorno. Mas, no fígado ocorreu o inverso, a LPO aumentou nos peixes do entorno e diminuiu nos peixes da mineração, sendo menor nos peixes da jusante. No músculo a LPO foi semelhante entre os pontos. As fêmeas ovadas da mineração tiveram as respostas antioxidantes das brânquias afetadas, com isso apresentaram estresse oxidativo, refletindo o status do estresse ambiental local. Já, as fêmeas ovadas do entorno tiveram alta capacidade antioxidante, mas não evitaram a lipoperoxidação no fígado. Além disso, as respostas biológicas de B. caudomaculatus mostraram que a espécie pode ser um modelo promissor em estudos ecotoxicológicos.