AVANÇOS E DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA RESISTÊNCIA AOS TUBERCULOSTÁTICOS



AVANÇOS E DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA RESISTÊNCIA AOS TUBERCULOSTÁTICOS
Murilo Martini
Ândrea Celestino de Souza
Tiago dos Santos Cézar
Gisele Oro Boff
Maria Helena da Silva Pitombeira Rigatto

14/07/2025
246-261
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A tuberculose drogarresistente (TB-DR) representa um desafio crescente à saúde pública global. Apesar de avanços terapêuticos recentes, como os esquemas totalmente orais com bedaquilina e pretomanida, sua eficácia depende do diagnóstico rápido e preciso da resistência aos tuberculostáticos. O diagnóstico laboratorial evoluiu de métodos fenotípicos convencionais, baseados em cultura, para tecnologias moleculares rápidas e, mais recentemente, o sequenciamento genético. Os testes fenotípicos, como o método de proporções em meio sólido e o MGIT 960 em meio líquido, são considerados padrão-ouro, mas apresentam longa duração e exigem uma cultura primária. Métodos moleculares como o Xpert MTB/RIF, incorporado ao SUS em 2014, permitem a detecção simultânea da TB e da resistência à rifampicina diretamente da amostra clínica, com alta acurácia e liberação de resultado em cerca de duas horas. Versões mais recentes, como o Xpert MDR/XDR, ampliam o espectro de detecção de resistência, mas ainda não estão disponíveis no SUS. O Line Probe Assay (LPA) oferece diagnóstico rápido de mutações nos genes rpoB, katG, inhA, gyrA/B, rrs e eis, mas geralmente requer cultura prévia e tem rendimento subótimo em amostras paucibacilares. Já os métodos de sequenciamento, como o de Sanger e o sequenciamento de nova geração (NGS), oferecem agilidade, maior abrangência genômica e detecção de heterorresistência, embora sua aplicação clínica ainda seja limitada no Brasil. Neste artigo, revisaremos os principais métodos laboratoriais para o diagnóstico da resistência aos tuberculostáticos, com ênfase em suas bases técnicas, vantagens, limitações e perspectivas de incorporação ao sistema de saúde.
Ler mais...Tuberculose Multirresistente; Diagnóstico laboratorial; Técnicas Moleculares; Saúde Pública
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