AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA PARA O CUMPRIMENTO DO ISOLAMENTO SOCIAL EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR PAULISTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Introdução: No últimos tempos, diversas doenças surgiram no mundo, com alto nível de transmissibilidade entre os seres humanos, levando a óbito milhares de pessoas. A contaminação do vírus se dá por gotas ou aerossóis, pelo contato da mucosa com partículas nas superfícies pelas mãos. Apresenta uma forma clínica variada, desde sintomas leves como uma síndrome gripal (febre, coriza, tosse) até quadros de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) com evolução para o óbito. A COVID-19 foi definida como uma ameaça à saúde pública, diante da nova doença e com tratamento ainda não definido, reforçou-se então, medidas de saúde públicas não farmacológicas, para o controle de epidemias. Destacam-se o isolamento, a quarentena, o distanciamento social e as medidas de contenção comunitárias, o isolamento é a separação das pessoas doentes daquelas não infectadas com o objetivo de reduzir o risco de transmissão da doença. Para ser efetivo, o isolamento dos doentes requer que a detecção precoce dos casos e que a transmissibilidade viral dos assintomáticos seja baixa. Dito isto, o estudo torna-se relevante por tratar-se de uma nova doença, de alta capacidade de transmissão, visando construir conhecimento acerca da COVID-19 e identificar as dificuldades do isolamento social em um município do interior paulista. Objetivo: o objetivo deste estudo é relatar as dificuldades da vigilância epidemiológica, atenção primária e um hospital de pequeno porte em realizar o isolamento social de pacientes confirmados ou com suspeita de COVID-19 em um município do interior paulista. Metodologia: Trata- se de um relato de experiência empírico com análise retrospectiva, sobre a aplicação do isolamento social de pacientes suspeitos ou confirmados com COVID-19 da atenção básica de saúde e um hospital local de pequeno porte, em um município do interior paulista. O relato foi baseado na experiência da enfermeira responsável pela Vigilância Epidemiológica, frente à pandemia de COVID-19, o mesmo delimita-se na experiência profissional vivenciada nos meses de março a setembro do ano de 2020. Resultados e Discussão: As dificuldades relacionadas ao isolamento social estão relacionadas ao desconhecimento da doença e o alto risco de transmissibilidade, por parte da população e dos profissionais. O impacto do isolamento na manutenção do aporte financeiro familiar, a suspensão das atividades de lazer derivadas de meios coletivos e o medo do desemprego são os fatores contribuintes para o não cumprimento do isolamento social. Considerações finais: Tendo em vista que se trata de um novo agravo a saúde, é necessária a capacitação dos funcionários para com o manejo adequado da doença tanto no âmbito hospitalar quanto na atenção primária, difundir o conhecimento acerca da doença com a população e investigar diferentes formas de ação para que o isolamento afete menos o bem- estar social e a condição financeira das pessoas, sendo um obstáculo a ser enfrentado daqui para frente.