APLASIA SEGMENTAR EM ÚTERO DE VACA PROVENIENTE DE ABATEDOURO

Durante acompanhamento de abate em abatedouro municipal de São Luís do Maranhão, foi identificada uma fêmea bovina com aplasia segmentar. A peça anatômica foi enviada para o Laboratório de Biotecnologias da Reprodução, Engenharia Tecidual e Genética da Universidade Estadual do Maranhão, onde o aparelho reprodutor foi fixado em formaldeído a 10% para análise. A dissecação revelou um útero com apenas um corno uterino, caracterizando uma aplasia segmentar unilateral, com ausência do corno e da tuba uterina esquerda. Apesar dessa malformação, as demais estruturas do aparelho reprodutor feminino, incluindo o canal vaginal, colo do útero, corno uterino e tuba uterina direita, estavam normais. O ovário direito, ipsilateral ao corno uterino presente, exibiu um corpo lúteo, indicando atividade cíclica, enquanto o ovário esquerdo, ipsilateral ao corno aplásico, apresentava folículos em desenvolvimento e corpos albicans. A coloração histológica do ovário esquerdo confirmou a presença e dinâmica de folículos. Este caso destaca que, apesar da aplasia segmentar uterina, a função ovariana pode ser preservada, permitindo a produção de oócitos e hormônios sexuais. No entanto, a ausência de um útero funcional pode levar a dificuldades na concepção e na manutenção da gestação. Assim, a assistência médica veterinária para a realização de exames ginecológicos detalhados, como palpação e ultrassonografia transretal, é essencial para a identificação precisa e para garantir a eficiência reprodutiva do rebanho. Este caso ressalta a importância da detecção precoce e do estudo das anomalias reprodutivas em bovinos, evidenciando a necessidade de manejo veterinário eficaz para otimizar a fertilidade e a produtividade do rebanho.