ANATOMIA ENCEFÁLICA: UMA PERSPECTIVA A PARTIR DA ANÁLISE DE ENDOCASTS VIRTUAIS EM MAMÍFEROS

Este capítulo aborda o uso de tecnologias digitais e endocasts virtuais na investigação anatômica do encéfalo de mamíferos, da ordem Carnivora, destacando sua importância para a compreensão da morfologia, comportamento e evolução dessa classe. A anatomia animal, oferece insights valiosos sobre o papel ecológico das espécies, embasando procedimentos veterinários e planos de conservação. As tecnologias digitais, como Tomografia Computadorizada (CT), Microtomografia (µCT) e Ressonância Magnética (MRI), possibilitam novas investigações morfológicas e comportamentais, fornecendo imagens e reconstruções tridimensionais precisas. Os endocasts virtuais, obtidos por meio dessas tecnologias, permitem análises detalhadas do volume e forma do encéfalo, sem danificar os crânios dos animais. Divididos em segmentos como cérebro rostral, cérebro caudal e cerebelo-tronco encefálico, os endocasts revelam características sobre funções cognitivas, motoras e sensoriais das espécies estudadas. Estudos recentes demonstram a eficácia desses métodos para investigar a volumetria cerebral e as relações evolutivas entre diferentes espécies. Por exemplo, uma comparação entre três espécies de carnívoros neotropicais revelou variações nos volumes cerebrais, sem diferenças significativas nos traços comportamentais e habilidades motoras. A pandemia de COVID-19 destacou a importância das tecnologias digitais para a educação em história natural, mostrando que ferramentas digitais são essenciais para aprendizado e pesquisa. No entanto, a disponibilidade de modelos 3D de crânios e encéfalos de mamíferos brasileiros ainda é limitada, apontando a necessidade de ampliar o acervo dos repositórios digitais. Assim, as tecnologias digitais e os endocasts virtuais representam avanços significativos na pesquisa anatômica, oferecendo métodos não invasivos e altamente precisos para estudar a morfologia e evolução dessas espécies.