ANÁLISE DOS ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E AMBIENTAIS DOS MORADORES DA VILA DA TELHA, EM PRIMAVERA-PARÁ

As comunidades que habitam as áreas de manguezal no estado do Pará mantêm uma relação intrínseca de dependência com esses ecossistemas costeiros, dos quais extraem recursos essenciais para a subsistência, a reprodução sociocultural e a economia local. Compostas majoritariamente por populações tradicionais como pescadores artesanais, marisqueiros, catadores de caranguejo e agricultores familiares. Essas comunidades detém um valioso conhecimento ecológico local, transmitido intergeracionalmente, que orienta o uso sustentável dos recursos naturais do mangue, o quais estão sendo pressionados por atividades antrópicas, como a urbanização desordenada, a pesca predatória, a expansão da aquicultura e o turismo não regulado, comprometendo sua integridade ecológica e a resiliência das populações que deles dependem. Neste contexto, a presente pesquisa, de abordagem qualitativa e quantitativa, investigou as interações entre os moradores da Vila da Telha (Primavera–PA) e o ecossistema manguezal. Por meio da aplicação de questionários semiestruturados, foram coletadas informações sobre aspectos socioeconômicos, como renda, grau de escolaridade, formas de comercialização dos produtos pesqueiros, entre outros indicadores. Os resultados evidenciam uma forte percepção da importância dos manguezais como base para a segurança alimentar e para a manutenção da identidade sociocultural local. Ao mesmo tempo, revelam preocupações crescentes com os impactos ambientais decorrentes da intensificação da pressão antrópica.