A DISCIPLINARIZAÇÃO E O EMPODERAMENTO DO CORPO QUE INFLUENCIAM NO CONTROLE DA DIETÉTICA

O objetivo desse estudo é levantar questionamentos sobre a constituição do imaginário em relação ao culto do corpo. Com a dissolução entre o corpo e a alma, a partir do século XX, modifica-se também a relação do ser com o seu corpo, surgindo uma perspectiva do corpo como objeto na história das mentalidades. Na teoria foucaultiana nada é mais material, físico ou corporal do que o próprio poder. Assim, é dada uma abertura de como compreender mais diretamente o real, em sua complexidade. Hoje, sabe-se que o poder investido no corpo não precisa ser tão rígido, denso e nem concentrado em meticulosos regimes disciplinares. Pode-se ter um poder muito mais brando sobre o corpo e que esse poder apesar de ser tênue, ele é forte, pois é capaz de produzir efeitos no nível de desejo e também no nível do saber. O corpo perde a sua naturalidade e passa a ser visto como um corpo construído, quando adentramos na perspectiva histórica e cultural. Apesar de diversos momentos da história, do corpo natural ter sido encaixado em áreas específicas como a medicina e a biologia, entende-se que o corpo não é propriedade de nenhuma área de conhecimento. Na verdade, o corpo é simplesmente o resultado do emprego de poder, onde a sua própria espontaneidade e liberdade são construídas. Logo, não existe um corpo natural, antes de se ter havido um trabalho cultural sobre ele. Penetramos dessa forma, no controle da vida, identificada por Foucault (2015) como a arte de viver, sobretudo moldada para a dietética, onde o indivíduo precisa controlar uma gama de variáveis, entre elas, as suas escolhas alimentares, comportamentos e costumes, independente do seu meio social e cada vez mais dependente da aprovação não só do corpo, como também o que consome pela sociedade.