A CONSTITUIÇÃO PSÍQUICA DO SUJEITO: INTERFACES ENTRE LINGUAGEM E SUBJETIVIDADE

Este estudo investiga a relação entre marcas psíquicas e linguagem em uma criança com alterações significativas na aquisição linguística. O objetivo foi analisar como as interações sociais escolares podem ressignificar marcas psíquicas cristalizadas, fundamentando-se nos princípios da filosofia Bakhtiniana, que compreende a linguagem como fenômeno simbólico e dialógico. Trata-se de pesquisa qualitativa, delineada como estudo de caso com abordagem de pesquisa-ação-colaborativa. A intervenção foi realizada durante dois anos, com acompanhamento semanal da criança no ambiente escolar. Os resultados evidenciaram que: 1) o ambiente escolar constitui espaço privilegiado para ressignificação de marcas psíquicas cristalizadas; 2) as mudanças na constituição subjetiva são processuais e requerem tempo considerável; 3) o sujeito constitui-se no jogo interacional, construindo novas marcas neste processo; 4) os sentidos são flutuantes e resultantes de ações intersubjetivas; e 5) mesmo diante de significados aparentemente cristalizados, o sujeito mantém seu potencial dinâmico, podendo modificar seus padrões interacionais como agente ativo da/para a linguagem.