A Educação Superior, composta pela graduação e pós-graduação, cumpre funções fundamentais de formação acadêmica e profissional, produção e disseminação do conhecimento, além de contribuir para o desenvolvimento social e econômico.

Especificamente no nível de graduação, busca capacitar indivíduos com conhecimentos, competências, habilidades e atitudes necessárias para atuarem em suas áreas de interesse, no exercício de diversas profissões ou ocupações nos mais variados setores da economia, e/ou prosseguirem estudos em programas de pós-graduação.

O Brasil possui aproximadamente 10 milhões de matrículas, 46 mil cursos de graduação e cerca de 2.600 Instituições de Educação Superior, majoritariamente privadas. Esse cenário é caracterizado por uma predominância de cursos clássicos e consolidados — muitos ofertados há mais de um século. Também é marcado por um certo grau de inflexibilidade, alta regulação e processos complexos de avaliação, o que dificulta ou até inibe a criação de novos cursos que atendam a demandas emergentes, pontuais ou ainda desconhecidas.

No entanto, observa-se um movimento crescente e significativo de criação de cursos com propostas inovadoras, marcadas pela ousadia e pela ruptura de paradigmas tradicionais. Nesse contexto, convidamos a comunidade acadêmica a contribuir com a autoria de capítulos para a obra “Metamorfoses da Educação Superior: Inovações em Cursos de Graduação”.

A coletânea busca reunir capítulos no formato de relatos de experiência de: gestores institucionais, coordenadores de curso, membros dos Núcleos Docentes Estruturantes (NDEs), membros de colegiados, docentes, técnicos pedagógicos e administrativos envolvidos com as transformações nos cursos de graduação brasileiros, especialmente nas duas últimas décadas.

Serão privilegiados capítulos que abordem a criação, implementação e consolidação de cursos marcados pelo ineditismo, interdisciplinaridade, criatividade e/ou inovação, tais como:

- Bacharelados interdisciplinares de formação generalista (ex.: Artes, Ciência e Tecnologia, Humanidades, Saúde);

- Bacharelados interdisciplinares de formação específica (ex.: Nanotecnologia, Neurociências, Ciências do Estado, Etnodesenvolvimento, Estudos de Gênero e Diversidade, etc.);

- Cursos superiores de tecnologia e bacharelados inovadores na área da saúde (ex.: Acupuntura, Gerontologia, Massoterapia, Psicanálise, Psicomotricidade, Quiropraxia);

- Engenharias não clássicas (ex.: Engenharia de Agronegócios, Engenharia de Gestão, Engenharia de Saúde e Segurança, Engenharia de Software, etc.);

- Licenciaturas interdisciplinares ou integradas (ex.: Ciências da Natureza, Linguagens, Educação Bilingue de Surdos, Educação Escolar Indígena);

- Cursos tecnológicos no campo jurídico (ex.: Mediação, Serviços Notariais, Serviços Penais, Perícia Criminal);

- Cursos em áreas emergentes e “ciências” não convencionais (ex.: Ciências da Criatividade, Felicidade, Futuro, Digital Influencer, Inteligência Artificial);

- Cursos com dupla titulação ou ministrados em línguas estrangeiras;

- Currículos com organização diferenciada (ex.: Por unidades temáticas, temas geradores, certificação modular);

- Conflitos com conselhos profissionais por sobreposição de competências (ex.: Obstetrícia x Enfermagem; Engenharia de Segurança x Engenharia);

- Cursos ofertados no exterior com possibilidade de implementação no Brasil.

Também serão recepcionados capítulos produzidos por discentes e egressos desses cursos, especialmente aqueles que abordem: experiências de formação em cursos inovadores e inserção no mercado de trabalho.

Valorizamos capítulos com diferentes metodologias, perspectivas e abordagens, sobretudo estudos empíricos. O objetivo é fomentar um espaço de diálogo interdisciplinar e disruptivo, promovendo reflexões e discussões sobre o atual cenário da Educação Superior no Brasil.

Contribuir para esta obra é uma oportunidade única de registrar experiências e inovações institucionais, proporcionar reflexões relevantes e fomentar debates sobre os rumos da formação superior no país.