Um dos objetivos desta obra é contribuir para o estudo e informações para a sociedade a respeito dos cenários atuais das cadeias produtivas oriundas da biodiversidade, por meio de diversas abordagens, visto que é uma temática importante e atual em sua diversidade. Os trabalhos devem abordar como o tema das cadeias produtivas (produção, distribuição. circulação e consumo) de base da agricultura familiar é estudada em diferentes contextos e áreas e como isso se relaciona com diferentes setores e aspectos da sociedade em seus mercados e ambientes. Envolve identificar quais teorias e métodos são relevantes em cada especialidade. As cadeias produtivas da biodiversidade de base da agricultura familiar estão passando por transformações significativas na natureza e na sociedade, com impactos cada vez mais evidentes no cotidiano. O tema das mudanças climáticas emerge como uma das maiores perturbações ao meio ambiente, aos mercados e às relações sociais, impactando de diferentes modos os ecossistemas, a biodiversidade, a economia e as sociedades.

As cadeias produtivas oriundas da biodiversidade representam um eixo fundamental para o desenvolvimento socioeconômico com justiça social, especialmente em um contexto de mudanças climáticas, globalização de mercados e avanços tecnológicos. Estudar essas cadeias permite compreender como os recursos naturais podem ser explorados de forma equilibrada, gerando renda e preservando ecossistemas. A agricultura familiar camponesa, sua produção oriunda das roças, da pesca, do extrativismo, entre outras, é protagonista nesse processo, sendo essencial para a manutenção da agrobiodiversidade, pois cultiva variedades conectadas aos diferentes biomas, sendo base para segurança alimentar e resiliência climática.

Diante dos desafios atuais, como a volatilidade dos mercados e a pressão por monoculturas intensivas, a pressão para uso de agrotóxicos e a formação de latifúndios, a agricultura familiar enfrenta riscos de exclusão. A inserção de tecnologias no campo, embora possa trazer benefícios, também ameaça práticas tradicionais e conhecimentos locais, fundamentais para a sustentabilidade. Portanto, é crucial fortalecer políticas públicas que valorizem essas cadeias, promovendo acesso aos mercados justos, assistência técnica adaptada e incentivos aos produtores familiares que envolvem diferentes formas, sejam indígenas, imigrantes, posseiros, pescadores, assentados, moradores de resex´s, lavradores, entre tantos outros.

A biodiversidade é um patrimônio estratégico para o futuro, e sua gestão sustentável depende da integração entre conhecimento tradicional e inovação. A agricultura familiar camponesa, também estratégica, ao manter práticas de baixo impacto ambiental e ao fortalecer economias locais, é um ator chave nessa equação. Estudar e apoiar essas cadeias produtivas não só preserva a riqueza natural, mas também assegura um modelo de desenvolvimento inclusivo e resiliente, capaz de enfrentar os desafios do século XXI.

Áreas temáticas:

- Geografia

- Ciências Socioeconômicas

- Ciências Ambientais