VIGOTSKI E O SABER AMBIENTAL: DISCUSSÃO SOBRE AS CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO CULTURAL PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A natureza vem sendo transformada constantemente pela ação antrópica, desde a alteração dos ciclos biogeoquímicos até a estabilização dos ecossistemas, afetando, por consequência, a qualidade da vida humana. Seja pelo aumento da população mundial e/ou pelo aumento da necessidade energética para fabricação e inserção de novos produtos no cotidiano, o fato é que, se nada mudar, o padrão de consumo global poderá decretar o fim dos recursos naturais para essa e para as próximas gerações. Sendo assim, qual seria o caminho mais adequado do que a educação para uma transformação coletiva e permanente da consciência ambiental? Poderia o indivíduo, por meio da educação, ter consciência não apenas de sua própria condição histórico-cultural, mas também de como sua formação e seus hábitos individuais impactam as condições ambientais presentes e futuras e, desta forma, as sociedades presentes e futuras? Esse ensaio pretende discutir se, com a restruturação nas abordagens na educação ambiental, sob a teoria vigotskiana, seria possível estabelecer uma linguagem educativa que reconecte os homens à natureza de maneira afetiva e, portanto, efetiva, fazendo com que mudem suas atitudes diárias e, consequentemente, tornem-se sujeitos ecológicos. Assim, sendo a linguagem o vínculo social da ciência, a internalização do saber ambiental não seria apenas um instrumento ou o meio de expressão do pensamento ambiental, mas sua própria realização.