VIGILÂNCIA E ASSISTÊNCIA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: UMA EXPERIÊNCIA DE ACOMPANHAMENTO DOS TRABALHADORES EXPOSTOS A POEIRAS MINERAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

No final do ano de 2019 o mundo foi surpreendido com um início do surto de um novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2 e rapidamente transformou-se em uma pandemia. Os sistemas de saúde, de vários países, por onde passava o vírus apresentaram dificuldades para atender a enorme demanda de casos, em curto espaço de tempo, com superlotação de enfermarias e leitos de UTI. No Brasil, a pandemia passou a ser o maior desafio para o nosso Sistema Único de Saúde (SUS). Planos, programas e investimentos foram realizados por Estados e Municípios para atender à população que adoecia pelo COVID-19. Nesse contexto, o ambulatório de pneumologia ocupacional do Centro de Estudos de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da ENSP/FIOCRUZ (CESTEH/ENSP/FIOCRUZ) inicia um processo de vigilância de pacientes, trabalhadoras e trabalhadores expostos às poeiras minerais. A população atendida faz parte do grupo de maior risco para COVID-19 pelo fato de estarem na faixa etária acima de 60 anos e pela presença de comorbidades variadas. Iniciou-se um processo de monitoramento e acompanhamento da população de trabalhadores, quando foi elaborado um protocolo de vigilância ativa para casos de COVID-19 para diagnosticar, testar, monitorar e tratar trabalhadores e familiares, além de orientação para a quarentena para casos e seus contactantes. Nesse capítulo será apresentado o relato dessa experiência de vigilância e monitoramento em saúde, através de Visitas Domiciliares (VD) e telessaúde, e a contribuição direta para a redução de casos e mortes nessa população vulnerabilizada. Todas as ações desenvolvidas pela equipe de saúde do ambulatório receberam o apoio da Associação dos Trabalhadores Expostos ao Amianto do Estado do Rio de Janeiro (ABREA-RJ).