VARIAÇÃO LEXICAL DE MARCADORES CONVERSACIONAIS FORMADOS COM NOMES GERAIS

Este trabalho analisa a variação lexical marcadores conversacionais formados por nomes gerais no português brasileiro. Os marcadores conversacionais são utilizados para estabelecer relação entre os interlocutores, sendo fundamentais e recorrentes na construção do discurso. Encontram-se em um nível pragmático da convencionalidade e estão propensos a uma escala maior ou menor de fixidez. Assim, em unidades lexicais como aquela coisa toda e aquele negócio todo, constata-se que ambos funcionam como estratégia de progressão referencial, apesar da variação do nome geral. Por sua vez, os nomes gerais (general nouns) são definidos por Halliday e Hasan (1995 [1976], p. 274) como uma classe de nomes situada entre as classes abertas e fechadas, que possui importante função coesiva por envolver o mínimo de conteúdo semântico referencial. Foram selecionados para a análise os nomes coisa, negócio e trem. O corpus foi extraído dos dicionários Aulete Digital, Ferreira (2010), Houaiss (2009) e Rocha (2011) e de 411 transcrições, em um total de 1.585. 357 palavras. Foi constatado que pode ocorrer variação entre os nomes gerais que constituem os marcadores conversacionais e, quando em mesmo contexto sintático, a variação é limitada aos demonstrativos (esse/este/aquele/tal), aos verbos (ser/ter) e à inserção/remoção de elementos, como o artigo o. Isso se deve ao fato de os MC, por contarem com o contexto situacional, necessitarem apenas de construções de mesmo valor funcional.