VARIAÇÃO ANATÔMICA EM ARCOS COSTAIS: RELATO DE CASO

As costelas se desenvolvem pela ossificação endocondral, a partir do processo costal das vértebras torácicas. Nesse momento, as variações congênitas aparecem com relativa frequência, geralmente unilaterais, podendo desenvolver-se randomicamente e envolver qualquer arco costal. No presente trabalho, objetivou-se relatar a variação anatômica encontrada na primeira costela de uma das 18 ossadas provenientes do cemitério de Cascavel-PR, atendendo a Lei nº 8501, de 30 de novembro de 1992, e analisadas no laboratório de anatomia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) - campus Toledo. Para tanto, foi utilizada a osteotécnica como metodologia de preparo das peças. Dentre as ossadas examinadas, encontrou-se uma fusão entre a primeira e a segunda costela, com a presença de duas cabeças na extremidade posterior. Essa alteração pode ocorrer de forma completa ou parcial, nas porções anteriores ou posteriores do osso, e possivelmente é consequência de um defeito na segmentação. Além disso, existem outras anormalidades anatômicas que podem estar associadas às costelas, como calcificações fisiológicas costocondrais e pseudoartrose do primeiro arco costal; arco costal cervical; arco costal curto e hipoplásico; arco costal bífido; e disostose espondilocostal. Nesse ínterim, a detecção dessas alterações, ainda que incidentais, além de possibilitar a análise a partir de pontos de vista radiológicos e genéticos, é vantajosa para uma investigação clínica adequada, um diagnóstico completo e uma correta abordagem do quadro.